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Genismo - Stoa

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sentir orgulho, empatia, amor, inveja etc., mas não podemos dizer o<br />

mesmo sobre o cérebro de uma tartaruga. Numa mesma espécie,<br />

a(s) região(ões) correspondente(s) a um dado sentimento, está(ão)<br />

localizado(s) na(s) mesma(s) posição(ões) cerebrais. Mas isso pode<br />

mudar quando as espécies são distintas. Por exemplo, se quisermos<br />

comparar a felicidade entre um jacaré e um ser humano,<br />

precisaremos calcular o fator “sentimento” da FF de forma absoluta<br />

nas duas espécies. Para isso, deveremos lançar mão do conceito<br />

jocaxiano de sentir [7].<br />

A FF nos diz que a felicidade é aditiva, isto é, a felicidade de cada<br />

ser deve ser somada à de outros seres para formar a felicidade do<br />

grupo todo. Mas a felicidade de cada ser depende da capacidade de<br />

sentir de cada cérebro individual. A capacidade de sentir de cada<br />

cérebro individual, por sua vez, deve depender da complexidade do<br />

cérebro, da freqüência média das sinapses e do número de<br />

neurônios que contém. Embora a quantização do sentir não esteja<br />

totalmente desenvolvida (vide “A consciência e o Sentir” [7]),<br />

podemos perceber que cada neurônio individual satisfaz as<br />

condições mínimas que um subsistema de “consciência-sentir”<br />

possui. No caso do neurônio, ele recebe sinais eletro-químicos<br />

(sinapses) pelos seus dentritos (sinais de entrada) e analisa-os<br />

internamente antes de disparar, ou não, uma sinapse pelo seu axônio<br />

(sinal de saída). Ele pode ou não disparar um sinal como resposta.<br />

Isso vai depender dos sinais que lhe chegam por seus dentritos e de<br />

sua meta interna (potencial de disparo). Assim, analisando a<br />

felicidade apenas pela soma do sentir de cada neurônio individual, e<br />

levando em consideração que temos mais de 100 bilhões de<br />

neurônios, podemos esperar que a capacidade de sentir de um<br />

cérebro humano seja milhões de vezes maior que a de um inseto,<br />

por exemplo, que deve ter apenas alguns milhares de neurônios.<br />

Mas este cálculo, embora nos dê uma ordem de grandeza das<br />

comparações entre espécies, ainda é grosseiro, pois a capacidade<br />

cerebral pode ser maior que a simples soma de cada neurônio<br />

individual. O “design” das redes neurais e suas interconexões<br />

internas podem produzir uma complexidade bem maior do que a<br />

soma da complexidade de cada neurônio individual. Isso é fácil de<br />

perceber quando pensamos que um módulo do cérebro, uma subrede<br />

neural, pode servir a vários outros módulos sem a necessidade<br />

de duplicação de tarefas, além disso, cada subsistema neural<br />

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