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internacionais escondia apenas um humanismo além de seu tempo. Do peito do<br />

monetarista-humanista saiu a culpa de ter endividado o país. Hoje rebola lampeiro com<br />

o jeito de "Eu não disse?" no rosto e com a boca florida de piadas sobre nosso negro<br />

futuro, boiando naturalmente sobre a grana guardada no passado. Gargalha como se<br />

tivesse a chave mágica do amanhã.<br />

Perto do monetarista-humanista enxameiam os comunistas sem amanhã. Estes<br />

comunistas sem Mara buscam uma intimidade pós-Gorbi com os yuppies neoliberais.<br />

Os yuppies neoliberais (há governadores, senadores, todos de boas famílias) ostentam a<br />

face da síntese entre o social e o moderno, como se tudo fosse uma questão de<br />

racionalidade clean, como se não existissem os corporativos-camicazes dançando<br />

suados à sua frente. Os corporativos-camicazes morrem mas não largam as regalias,<br />

assim como os ruralistas da morte, os prefeitos do interior, os empata-fodas municipais,<br />

ou os ferozes burocratas do mal cujo olhar sombrio diz: "Nada passará!" E entre eles,<br />

servindo os croquetes frios, circulam garçons escolhidos do novo contingente dos puros<br />

duros. Os puros duros são aqueles pobres honestos que devolveram milhares de dólares<br />

achados no lixo, ou denunciaram corrupções. Há os motoristas-clones, os eribertos, que<br />

abrem portas de Mercedes e são olhados com respeito pelo time dos aristides ou os<br />

novos homens de bem. Os novos homens de bem vão desde procuradores da República<br />

Cós-aristides nunca deram um sorriso e falam entre dentes.) até os benitos deputados de<br />

CPI que não precisam fazer mais nada, pois se sentem anistiados até o fim dos tempos.<br />

Sangue no horizonte<br />

Perto, estão os tipos novos dos fisiológicos-2000, o neocínico heavy do tipo<br />

roubei sim e tudo-bem-vai-fazer-o quê? e junto dele o ladrão regenerado que agora<br />

ostenta uma dignidade moral que o outro lhe empresta como uma prótese siamesa. Um<br />

serve ao outro; o primeiro, legitimando pelo descaro a neomoralidade do segundo e este<br />

fazendo o primeiro ficar moderno por sua sinceridade neocínica. E rostos sorriam na<br />

multidão, os processados esquecidos, o topete do Magri, Alceni de guarda-chuva, juizes<br />

do INSS presos com mordomias, índios estupradores de cocar, exportadores de mogno,<br />

verdes, micos-leões-dourados nos lustres.

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