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A crise é a salvação de<br />
muitos brasileiros<br />
"Enquanto os fundos públicos são dissipados em festas de assistência, um sino<br />
fogo róseo soa nas nuvens"<br />
Arthur Rimbaud<br />
A crise dá a sensação de que algo está se movendo, quando nada se move.<br />
A crise dá ao político uma allure de urgência, uma sensação de utilidade. A<br />
crise estimula os senadores e deputados.<br />
A crise dá boa consciência ao congressista, dá a impressão de que ele está<br />
fazendo muito. A crise gera uma espécie de metatrabalho, um tremelique que parece<br />
esforço.<br />
os leitores.<br />
mulher.<br />
A crise dá ao político a sensação de que sua preocupação é útil.<br />
A crise permite rostos graves, frontes preocupadas, que sempre impressionam<br />
A crise cria um suspense, a vida fica mais excitante.<br />
A crise é um thriller.<br />
A crise estimula a inteligência.<br />
A crise é assunto. Todos escrevem sobre a crise, como se fosse uma musa, uma<br />
A crise não é uma mulher. Se bem que a crise é boa para justificar broxadas:<br />
"Minha filha... desculpe... é a crise...”<br />
A crise anseia por uma estética. Por uma estética da crise.<br />
A crise criou discursos, que se digladiam pelos louros do aceito. A saber:<br />
DO discurso clamor à nação;<br />
2) O apocalíptico clássico ou discreto-científico;<br />
3) O apocalíptico barroco ou Sudene-tardio.