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Collor e Nixon<br />
Delleuze diz no Anti-Édipo que a máquina social cria anticorpos que a renovam<br />
pela auto-imolação. Collor é um anticorpo.<br />
O Collorgate tem uma semelhança com o Watergate de Nixon.<br />
Nixon foi o anticorpo que puniu os EUA pelo Vietnã e por anos de hipocrisia.<br />
Era necessário que o sistema americano incorporasse a contestação dos hippies &<br />
marginais e se purgasse, auto-implodisse. Os hippies estão para Nixon como os<br />
descamisados estão para o Collorgate.<br />
Collor e a crise-show<br />
Pelo acerto de seus erros inconscientes, Collor nos ensinou muito. Tanto que o<br />
povo não consegue odiá-lo integralmente e o Ibope revela uma fascinação pelo show<br />
desta crise dionisíaca. Esquecemos até a miséria diante do espetáculo. Já vimos outras<br />
renúncias. Esta não tem o clima trágico do tiro de Getúlio, nem a depressão da renúncia<br />
do Jânio, nem a paranóia militar de 1968. Esta crise é maníaca, veloz, cheia de efeitos<br />
especiais.<br />
Antes, as crises eram provocadas por opositores. Hoje, Collor é quem faz a<br />
crise que pode matá-lo. Há um clima de novidade burlesca e didática neste impasse<br />
político.<br />
Há um clima progressista nesta crise; não faz o país andar para trás. Se me<br />
entendem, Collor é um fator de progresso. Mudou a agenda, inclusive contra ele<br />
mesmo. É um agitprop do parlamentarismo.<br />
Collor e o erro certo<br />
Mas Collor quer ir mais longe. Collor denuncia a própria família com seus atos<br />
místicos. Ele é um homem dividido entre o desejo de acertar o tiro que o pai errou e a