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grita: "Mata! Mata!" Algemados aos braços dos PMs parecem quase gratos aos<br />
soldados.<br />
O Opala arranca com os três na paisagem de Mediei, sob o céu de Figueiredo.<br />
Só que não vai o prefeito, não vai a freira, não veio o dinheiro. Vai com eles o chefe de<br />
segurança de um garimpo. Humildes, não reclamam. Vão calmamente para a morte.<br />
Cena 6: Voyage para a morte<br />
A cena começa com uma panorâmica onde vemos PMs contendo a multidão.<br />
Parecem defender os três. Mas a Pan continua e vai ao rosto dos presos. Estão<br />
ensangüentados e batidos, ao lado de um Voyage. Já apanharam muito. Da Polícia.<br />
Deitados no chão.<br />
Câmera no chão. "Vocês não pensavam em trabalhar? Ser honestos?" A<br />
oposição trabalho versus crime fica espantosa neste lugar. Todos aventureiros, garimpos<br />
ilegais, predadores, com este papo meio quake no Mato Grosso. O sinistro e fascinante é<br />
ver um criminoso julgando a vítima. O crime é de quem interroga. O assassino é justo; a<br />
vítima é o réu.<br />
Os bandidos estão perdidos. A multidão já não os reconhece como<br />
semelhantes. Eles já são os Outros.<br />
Um responde que tem medo de morrer, com o rosto no chão; alguém grita off-<br />
screen. "Fala para a câmera, vagabundo!"<br />
O último fiapo de realidade cai. Todo mundo começa a viver para a câmera e a<br />
morrer para a câmera.<br />
Os soldados dão pontapés autoconscientes para o VT e empurram-nos para<br />
dentro do Voyage. Um bandido lança um olhar espantado para a câmera, como se<br />
quisesse fugir pelo tubo e é empurrado para o poltergeist de seu destino. O carro parte<br />
de novo. Voyage para a morte.<br />
Cena 7: a farra dos homens