Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental
Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental
Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
trabalha na destruição da sua própria espécie, de tal modo que, mesmo com a mais benfazeja<br />
natureza fora de nós, não seria atingido o fim daquela, num sistema seu na terra,<br />
no caso de tal fim ser colocado como felicidade da nossa espécie. E isso porque, em nós,<br />
a natureza não é <strong>para</strong> isso receptiva. Ele é por isso sempre e só um membro na cadeia<br />
dos fins da natureza: na verdade um princípio com relação a muitos fins, <strong>para</strong> o que a natureza<br />
parece tê-lo destinado na sua posição, e na medida em que ele próprio se faz <strong>para</strong><br />
isso. Mas também é meio <strong>para</strong> a conservação da conformidade a fins no mecanismo dos<br />
restantes membros. Enquanto único ser na terra que possui entendimento , por<br />
conseguinte uma faculdade de voluntariamente colocar a si mesmo fins, ele é corretamente<br />
denominado senhor da natureza e, se considerarmos esta como um sistema teológico,<br />
o último fim da natureza segundo a sua destinação; mas sempre só sob a condição – isto<br />
é, na medida em que o compreenda e queira – de conferir àquela e a si mesmo uma tal<br />
relação a fins que possa ser suficientemente independente da própria<br />
natureza, por conseqüência possa ser fim terminal , o qual, contudo, não pode<br />
de modo nenhum ser procurado na natureza.<br />
Contudo, <strong>para</strong> descobrir onde é que ao menos em relação ao homem temos que<br />
colocar aquele último fim da natureza, somos obrigados a selecionar aquilo que a natureza<br />
foi capaz de realizar, <strong>para</strong> o pre<strong>para</strong>r <strong>para</strong> aquilo que ele próprio tem que fazer<br />
<strong>para</strong> ser fim terminal e se<strong>para</strong>r isso de todos os fins, cuja possibilidade<br />
assenta em condições que somente são de esperar por parte da natureza. Desta última<br />
espécie é a felicidade na terra, pela qual se entende a globalidade de todos os fins possíveis<br />
do homem mediante a natureza, tanto no seu exterior como no seu interior. Esta<br />
é a matéria de todos os seus fins na terra, a qual, se ele a fizer seu fim absoluto, torna-o<br />
incapaz de colocar um fim terminal à sua própria existência e entrar em acordo com<br />
ele. Por isso, de todos os seus fins na natureza, fica somente a condição formal, subjetiva<br />
que é a aptidão de se colocar a si mesmo fins em geral e (independentemente da<br />
natureza na determinação que faz de fins) usar a natureza como meio de acordo com as<br />
máximas dos sus fins livres em geral. De resto a natureza pode orientar-se em direção a<br />
este fim terminal que lhe é exterior, e isso pode ser considerado como seu último fim. A<br />
produção da aptidão de um ser racional <strong>para</strong> fins desejados em geral (por conseguinte<br />
na sua liberdade) é a cultura. Por isso só a cultura pode ser o último fim, o qual se tem<br />
razão de atribuir à natureza a respeito do gênero humano (não a sua própria felicidade<br />
na terra ou até simplesmente o instrumento preferido <strong>para</strong> instituir ordem e concórdia<br />
na natureza fora dele desprovida de razão).<br />
No entanto, nem toda a cultura se revela suficiente <strong>para</strong> este último fim da natureza.<br />
Decerto a cultura da habilidade é a condição subjetiva preferencial da<br />
aptidão <strong>para</strong> a promoção dos fins em geral, porém não o suficiente <strong>para</strong> promover a von-<br />
118