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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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“ Ética I<br />

8<br />

De Deus<br />

PROPOSIÇÃO XXXVI<br />

Não existe coisa alguma de cuja natureza não resulte qualquer efeito.<br />

DEMONSTRAÇÃO<br />

Tudo o que existe exprime de modo certo e determinado a natureza ou essência<br />

de Deus (pelo corolário da proposição 25), isto é (pela proposição 34), tudo o que existe<br />

exprime de modo certo e determinado a potência de Deus, que é causa de todas as coisas,<br />

e, por conseguinte (pela proposição 6), dele deve resultar algum efeito. Q. e. d.<br />

APÊNDICE<br />

No exposto até aqui, expliquei a natureza de Deus e respectivas propriedades, tais<br />

como: existe necessariamente; é único; existe e age somente pela necessidade da sua natureza;<br />

é a causa livre de todas as coisas, e como é; tudo existe em Deus e dele depende<br />

de tal maneira que nada pode existir nem ser concebido sem ele; e, finalmente, que tudo<br />

foi predeterminado por Deus, não certamente por livre-arbítrio, isto é, irrestrito belprazer,<br />

mas pela natureza absoluta de Deus, ou, por outras palavras, pelo seu poder infinito.<br />

Além disso, tive o cuidado, onde quer que se me desse ocasião, de remover os<br />

prejuízos que poderiam estorvar a aceitação das minhas demonstrações, mas como ainda<br />

restam bastantes que, também, ou melhor, principalmente, poderiam e podem impedir os<br />

homens de abranger o encadeamento das coisas tal como expliquei, fui levado a pensar<br />

na conveniência de aqui os citar perante o tribunal da Razão.<br />

Todos os prejuízos que me cumpre indicar dependem de um só, a saber: os homens<br />

supõem comumente que todas as coisas da Natureza agem, como eles mesmos, em<br />

consideração de um fim, e até chegam a ter por certo que o próprio Deus dirige todas as<br />

coisas <strong>para</strong> determinado fim, pois dizem que Deus fez todas as coisas em consideração<br />

do homem, e que criou o homem <strong>para</strong> que este lhe prestasse culto.<br />

É isto que antes de mais passarei a examinar, indagando, em primeiro lugar, a causa<br />

por que quase toda a gente dá aquiescência a tal preconceito e é propensa naturalmen-

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