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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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Mesmo no séc. XX, a Psicologia Social permaneceu caracterizada por estas<br />

duas orientações. Nascida como disciplina independente nos fins dos anos oitocentos,<br />

quando a cultura européia era dominada pelo evolucionismo, ela assumiu, em<br />

primeiro lugar, um endereço prevalentemente psicologístico. No início do séc. XX,<br />

surgiu a “psicologia dos povos”, de Wundt, obra colossal mas destinada a ser rapidamente<br />

superada, principalmente nas suas teses acerca da inaplicabilidade do método<br />

experimental em psicologia social.<br />

No início do séc. XX, o filósofo e sociólogo Simmel inaugurou, com a sua<br />

Sociologia ( 908), um gênero de reflexão formalista que logo encontrará seguidores<br />

na Alemanha; no mesmo ano de 908, apareceram, no mundo anglo-saxão, as duas<br />

primeiras introduções sistemáticas à nova disciplina: a Psicologia Social de Ross e<br />

a Introdução à Psicologia Social de McDougall, apresentando ecos da interpretação<br />

instintualística do comportamento social.<br />

O panorama muda completamente nos fins dos anos vinte do séc. XX, quando<br />

a Psicologia Social passou a assumir gradativamente conotações de modernidade<br />

e cientificidade.<br />

Em primeiro lugar, as doutrinas instintualísticas entraram em crise irreversível<br />

pelas teses <strong>ambiental</strong>istas propugnadas, de modos diferentes, tanto pelo comportamentalismo<br />

watsoniano quanto pela nascente antropologia cultural; em particular,<br />

as teses segundo as quais a agressividade não constituiria uma tendência inata<br />

na espécie humana e nas espécies animais, mas sim consistiria em uma tendência<br />

adquirida mediante a aprendizagem, foram demonstradas experimentalmente pelo<br />

comportamentalista Kuo; a favor das mesmas teses falavam as pesquisas da antropóloga<br />

Ruth Benedict e, de forma mais genérica, falavam as pesquisas dos pioneiros<br />

da antropologia cultural (sobretudo Malinowski, Benedict e Margaret Mead),<br />

realizadas entre 925 e 935, e aquelas de autores que percorriam o contemporâneo<br />

interdisciplinarismo nas ciências humanas (como Bateson, Sapir e Linton), os<br />

quais concorreram decisivamente <strong>para</strong> relativizar o objeto da Psicologia Social, em<br />

cujo âmbito conceitual o critério interpretativo de “cultura” tomou o lugar daquele<br />

tradicional de “natureza fixa e imutável”, contribuindo <strong>para</strong> o crescente emprego<br />

antiideológico da Psicologia Social.<br />

Em segundo lugar, ao redor dos anos trinta do século passado, a tendência<br />

psicologista foi notavelmente redimensionada e corrigida pela influência da sociologia.<br />

Neste período se iniciaram tentativas, muitas vezes não convincentes, de<br />

diferenciação entre o objeto da psicologia social em relação ao da sociologia; um<br />

certo consenso se estabeleceu na formulação de que, de um lado, o contexto co-<br />

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