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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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deve ser revolucionária e não apenas racionalista especulativa, pois se as idéias não<br />

se traduzem praticamente, não se objetivam, perdem o sentido transformador.<br />

Outro aspecto a destacar é que, ao colocar a nossa história nestes termos,<br />

possibilita a compreensão do modo como existimos na natureza em cada fase e<br />

formação social, saindo do patamar de pensamento que coloca em oposição sociedade-natureza,<br />

por idealizar a nossa espécie.<br />

130<br />

Vê-se então que os indivíduos se criam uns aos outros, no sentido<br />

físico e moral, mas não se criam, nem no sentido absurdo de São<br />

Bruno, nem no sentido ‘único’ do homem ‘feito por si mesmo’.<br />

Esta concepção da história, portanto, tem por base o desenvolvimento<br />

do processo real de produção, e isso partindo da<br />

produção material da vida imediata; ela concebe a forma dos<br />

intercâmbios humanos ligada a esse modo de produção e por<br />

ele engendrada, isto é, a sociedade civil em seus diferentes estágios<br />

como sendo o fundamento de toda a história, o que significa<br />

representá-la em sua ação enquanto Estado, bem como<br />

em explicar por ela o conjunto das diversas produções teóricas<br />

e das formas de consciência, religião, filosofia, moral etc., e a<br />

seguir sua gênese a partir dessas produções, o que permite então<br />

naturalmente representar a coisa na sua totalidade (e examinar<br />

também a ação recíproca de seus diferentes aspectos). Ela não é<br />

obrigada, como ocorre com a concepção idealista da história, a<br />

procurar uma categoria em cada período, mas permanece constantemente<br />

no terreno real da história; ela não explica a prática<br />

segundo a idéia, explica a formação das idéias segundo a prática<br />

material; chega por conseguinte ao resultado de que todas as<br />

formas e produtos da consciência podem ser resolvidos não por<br />

meio da crítica (espiritual) intelectual, pela redução à ‘consciência<br />

de si’ ou pela metamorfose em ‘almas do outro mundo’, em<br />

‘fantasmas’, em ‘obsessões’ etc., mas unicamente pela derrubada<br />

efetiva das relações sociais concretas de onde surgiram essas baboseiras<br />

idealistas. A revolução, e não a crítica, é a verdadeira<br />

força motriz da história, da religião, da filosofia e de qualquer<br />

outra teoria. Esta concepção mostra que a cada estágio são dados<br />

um resultado material, uma soma de forças produtivas, uma<br />

relação com a natureza e entre os indivíduos, criados historicamente<br />

e transmitidos a cada geração por aquela que a precede,

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