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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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coisas, que têm sido feitas por ele, não são o que ele é. E<br />

dado é que só ele é imutável, tudo o que ele fez do nada está<br />

submetido à mutabilidade e mudança. É tão onipotente, que<br />

do nada, isto é, do que não tem ser, pode criar bens grandes<br />

e pequenos, celestiais e terrenos, espirituais e corporais.<br />

É também extremamente justo. Por isso, o que tirou do nada<br />

não o igualou ao que produziu da sua própria natureza. De<br />

onde se tira que os bens concretos particulares, tanto os<br />

grandes como os pequenos, qualquer que seja o seu grau na<br />

hierarquia dos seres, têm em Deus seu princípio ou causa<br />

eficiente.<br />

Por outra parte, toda natureza, em si mesma considerada, é<br />

sempre um bem: não pode provir mais do que do supremo<br />

e verdadeiro Deus, porque todos os bens, os que por sua<br />

excelência se aproximam ao Sumo bem e os que por sua<br />

simplicidade se afastam dele, todos têm seu princípio no<br />

Bem supremo.<br />

Em conseqüência, todo espírito está sujeito à mudança, e<br />

todo corpo provém de Deus, e espírito e matéria se reduz<br />

toda a natureza criada. Portanto se segue necessariamente<br />

que toda a natureza é espírito ou corpo. O espírito sujeito<br />

a mutação é uma natureza criada, ainda quando é superior<br />

ao corpo.<br />

Ainda que a influência de Platão sobre Agostinho, e muitos dos padres<br />

da Igreja, tenha sido grande, vale a pena destacar alguns elementos distintivos<br />

a respeito do platonismo, como o de considerar o corpo e a matéria como essencialmente<br />

bons mesmo que corruptíveis. No mesmo texto diz a seguir, no<br />

capítulo X:<br />

Todas as naturezas corruptíveis são naturezas boas enquan-<br />

to têm recebido de Deus o ser; mas não seriam corruptíveis<br />

se tivessem sido formadas dele, porque então seriam o que<br />

é o mesmo Deus. Conseqüentemente, qualquer seja o modo,<br />

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