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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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Com Frederico Loureiro no artigo Karl Marx: história, crítica e transformação<br />

social na unidade dialética da natureza”, somos apresentados a Marx, um autor<br />

fundamental na formação do nosso pensamento social e político e que, juntamente<br />

com Freud e Nietzsche, foi considerado um dos mestres da suspeita por Paul Ricouer.<br />

Isto quer dizer que Marx está entre os três pensadores que abalaram mais<br />

profundamente as certezas da modernidade ocidental. Cabe a Marx o profundo<br />

questionamento da relação capital-trabalho e do modo de produção capitalista, a<br />

partir de uma concepção dialética das relações sociais e históricas que põe em<br />

evidência as contradições que movem novas reordenações da realidade, sempre<br />

pensada como síntese complexa de múltiplas determinações. Loureiro mostra a<br />

importância da compreensão de Marx <strong>para</strong> a <strong>educação</strong> <strong>ambiental</strong> ao apresentar,<br />

neste artigo, a concepção de natureza e do humano em Marx. Como nos mostra<br />

o autor, <strong>para</strong> Marx a natureza é unidade complexa e dinâmica, auto-organizada<br />

em seu próprio movimento contraditório. Com isso, Marx se afasta das abordagens<br />

que definem a natureza como meramente um suporte material da cultura,<br />

tomando-a em sua dimensão relacional, sem reduzi-la ao universo biológico. O ser<br />

humano é parte desta relação “eu-mundo”, constitutiva das dimensões materiais e<br />

simbólicas da vida em sociedade. As conseqüências de uma perspectiva marxiana<br />

são evidenciadas por Loureiro: “em Educação Ambiental, segundo a perspectiva<br />

marxiana, pensar em mudar comportamentos, atitudes, aspectos culturais e<br />

formas de organização, significa pensar em transformar o conjunto das relações<br />

sociais nas quais estamos inseridos, as quais constituímos e pelas quais somos<br />

constituídos, o que exige, dentre outros, ação política coletiva, intervindo na esfera<br />

pública, e conhecimento das dinâmicas social e ecológica”.<br />

No artigo Freud e Winnicott: a psicanálise e a percepção da natureza – da<br />

dominação à integração, o psicanalista Carlos Alberto Plastino apresenta o pensamento<br />

freudiano, bem como explora seus desdobramentos também na obra de um<br />

de seus importantes seguidores, o psicanalista inglês Donald Winnicott. Em ambos<br />

o autor explora as diferentes possibilidades de pensar a natureza, humana e não<br />

humana, e suas relações com a sociedade e a cultura a partir do legado da psicanálise.<br />

Plastino nos mostra as tensões do pensamento freudiano, que se constitui<br />

inicialmente com base no <strong>para</strong>digma médico e fisicalista de seu tempo, tomando<br />

caminhos que, no entanto, vão afastá-lo desta perspectiva com a teorização sobre<br />

o inconsciente, a pulsão de morte e a intersubjetividade como constitutiva do sujeito<br />

psíquico. Contudo, ao mesmo tempo em franca dissensão, mas sem romper<br />

completamente com os pressupostos das ciências da época com as quais Freud<br />

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