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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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Com a preponderância cada vez maior da população urbana<br />

que se amontoa nos grandes centros, a produção capitalista, de<br />

um lado, concentra a força motriz histórica da sociedade, e, do<br />

outro, perturba o intercâmbio material entre o homem e a terra,<br />

isto é, a volta à terra dos elementos do solo consumidos pelo<br />

ser humano sob a forma de alimentos e de vestuários, violando<br />

assim a eterna condição natural da fertilidade permanente do<br />

solo. Com isso, destrói a saúde física do trabalhador urbano e<br />

a vida mental do trabalhador do campo. Mas, ao destruir as<br />

condições naturais que mantêm aquele intercâmbio, cria a necessidade<br />

de restaurá-lo sistematicamente, como lei reguladora<br />

da produção e em forma adequada ao desenvolvimento integral<br />

do homem. Na agricultura, como na manufatura, a transformação<br />

capitalista do processo de produção significa, ao mesmo<br />

tempo, o martirológio dos produtores; o instrumental de<br />

trabalho converte-se em meio de subjugar, explorar e lançar à<br />

miséria o trabalhador, e a combinação social dos processos de<br />

trabalho torna-se a opressão organizada contra a vitalidade, a<br />

liberdade e a independência do trabalhador individual. [...] Na<br />

agricultura moderna, como na indústria urbana, o aumento da<br />

força produtiva e a maior mobilização do trabalho obtêm-se<br />

com a devastação e a ruína física da força de trabalho. E todo<br />

progresso da agricultura capitalista significa progresso na arte<br />

de despojar não só o trabalhador, mas também o solo; e todo o<br />

aumento de fertilidade da terra num tempo dado significa esgotamento<br />

mais rápido das fontes duradouras dessa fertilidade.<br />

Quanto mais se apóia na indústria moderna o desenvolvimento<br />

de um país, como é o caso dos Estados Unidos, mais rápido é<br />

esse processo de destruição. A produção capitalista, portanto, só<br />

desenvolve a técnica e a combinação do processo social de produção,<br />

exaurindo as fontes originais de toda a riqueza: a terra e<br />

o trabalhador (MARX, 2006, p. 570-57 ).<br />

É preciso dizer, por fim, que estes são apenas alguns excertos que permitem<br />

um contato inicial com Marx e sua obra. Há, indiscutivelmente, muitos outros aspectos<br />

esclarecedores e obscuros que merecem a reflexão dos educadores ambientais.<br />

O desafio está posto: dialogar com Marx e com a tradição que aí se inicia <strong>para</strong><br />

construirmos novos caminhos, relações e sociedade.<br />

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