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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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mento, impondo inúmeras e variadas regras, todas elas tendentes a “normalizar” os<br />

seus membros, a fazê-los comportarem-se, a abolir a ação espontânea ou a reação<br />

inusitada. Como afirma Arendt:<br />

[...] A triste verdade do behaviorismo e da validade de suas ‘leis’<br />

é que quanto mais pessoas existem, maior é a possibilidade de<br />

que se comportem e menor é a possibilidade de que tolerem<br />

o não-comportamento. Estatisticamente, isto resulta num declínio<br />

da flutuação. Na realidade, os feitos perderão cada vez<br />

mais a sua capacidade de opor-se à maré do comportamento,<br />

e os eventos perderão cada vez mais a sua importância, isto é,<br />

sua capacidade de iluminar o tempo histórico. A uniformidade<br />

estatística não é de modo algum um ideal científico inócuo, e<br />

sim o ideal político, já agora não mais secreto, de uma sociedade<br />

que, inteiramente submersa na rotina do cotidiano, aceita pacificamente<br />

a concepção científica inerente à sua própria existência.<br />

(ARENDT, 2000a)<br />

A idéia de que humanos se comportam, em vez de Agir em relação aos outros,<br />

tomou conta do imaginário moderno. O comportamento substituiu a Ação<br />

como principal forma de relação humana. Este reducionismo, cuja expressão científica<br />

pode ser encontrada nas ciências comportamentais, está de acordo com uma<br />

sociedade que se estrutura sob o controle e a normatização, transformando os atos<br />

humanos em condutas.<br />

O conceito de Revolução<br />

Para compreender as idéias de Ação humana e de política em Hannah Arendt,<br />

é interessante refletir sobre como a autora trabalha o conceito de Revolução.<br />

Diferentemente das guerras, fenômenos tão antigos quanto as civilizações, as revoluções<br />

são típicas da Era Moderna. Tanto guerras como revoluções relacionam-se<br />

com a disputa entre liberdade e tirania – uma causa que é, <strong>para</strong> a autora, a mais<br />

antiga de todas, e que desde o começo da nossa história determinou a existência da<br />

política. O uso da violência seria o denominador comum entre ambas, embora nem<br />

guerras nem revoluções sejam completamente determinadas só pela violência.<br />

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