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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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É em nossa relação com os outros que agimos de modo justo e demonstramos<br />

coragem e outras virtudes, respeitando o direito dos outros em todos os contratos e ações<br />

mútuas de todo tipo, assim como em nossos sentimentos, pois todas essas são experiências<br />

humanas. Algumas delas são mesmo consideradas como estando de vários modos<br />

intimamente relacionadas com sentimentos. A prudência está fortemente relacionada ao<br />

bem moral e o bem moral com a prudência, uma vez que os princípios fundamentais da<br />

prudência são dados pelas virtudes morais, e o padrão correto <strong>para</strong> as virtudes é estabelecido<br />

pela prudência.<br />

A Felicidade (X. 8.)<br />

A virtude moral é uma justa medida, um meio termo entre dois vícios, o excesso<br />

ou a falta, e consiste em encontrar o meio termo nos sentimentos e nas ações. Por esse<br />

motivo é difícil fazer o bem, porque em cada caso particular é difícil encontrar o meio<br />

termo.[...] É bem fácil sentir raiva, isso pode acontecer com qualquer algum, ou gastar<br />

dinheiro, mas ter bons sentimentos e agir corretamente em relação a outras pessoas no<br />

momento certo, por boas razões e de maneira certa é bastante raro, sendo um ato excelente<br />

e louvável. [...] Uma vez que é extremamente difícil conseguir o meio termo, devemos<br />

tentar o que for mais próximo, escolhendo o menor dos males e isso se consegue<br />

da maneira seguinte. Devemos prestar atenção aos erros em que temos mais tendência<br />

a incorrer (porque cada um de nós tem diferentes tendências e descobrimos isso pelo<br />

prazer ou a dor que algo nos causa), e devemos então nos esforçar <strong>para</strong> seguir a direção<br />

oposta, pois alcançaremos o meio termo forçando-nos a evitar o fracasso, assim como<br />

alguém que tentar endireitar um pedaço torto de madeira. Em todas as circunstâncias<br />

devemos estar especialmente atentos ao prazer e às coisas prazerosas, porque não somos<br />

juízes imparciais do prazer.[...] Resumindo, seguindo essas regras temos mais condições<br />

de alcançar o meio termo. Mas presume-se ser isso difícil, especialmente em casos particulares,<br />

porque não é fácil determinar quando é justo sentir raiva e em relação a quem,<br />

ou durante quanto tempo. Com efeito, por vezes, louvamos aqueles que demonstram<br />

fraqueza e os chamamos de pacientes, e algumas vezes aqueles que demonstram força e<br />

os chamamos de corajosos. Contudo, aquele que se desvia, mesmo que apenas um pouco,<br />

da medida certa, seja <strong>para</strong> mais ou <strong>para</strong> menos, não é censurado, apenas aquele que se<br />

excede porque chama a atenção. Porém não é fácil definir a regra segundo a qual até que<br />

ponto alguém pode incorrer em erro sem ser censurado, assim como não é fácil definir<br />

qualquer outro objeto de percepção.<br />

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