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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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letivo constituía-se em objeto de estudo de ambas, mas, de outro, a sociologia se<br />

interessaria exclusivamente pelo significado social e as determinações sociais dos<br />

comportamentos, enquanto que a psicologia social os examinaria como expressões<br />

vividas pelos indivíduos singulares. Essa diferenciação foi depois sempre perdendo<br />

incisividade, dado que a psicologia social passou a assumir cada vez mais objetos de<br />

estudo tradicionais da sociologia (como a comunicação de massas) e, de outra parte,<br />

pela emergência da microssociologia, a qual passou a enfrentar temáticas relacionadas<br />

às relações interpessoais (por exemplo, como na obra de Goffman).<br />

Em terceiro lugar, na segunda metade dos anos trinta, a psicologia social<br />

rompeu definitivamente com as especulações evolucionistas das próprias origens,<br />

dando-se um estatuto de ciência empírica tanto no plano dos métodos quanto das<br />

conceituações.<br />

Tais influências refletem-se na conceituação oferecida, no fim da década de<br />

60, por Florestan Fernandes, definindo o papel da sociologia e delimitando a Psicologia<br />

Social em relação ao campo daquela ciência. Afirma este autor:<br />

A Sociologia não estuda a interação considerada em si e por si<br />

mesma; observa-a, descreve-a e interpreta-a como parte e expressão<br />

do modo pelo qual se organizam e se transformam os<br />

vários tipos de unidades sociais no seio das quais ela transcorre.<br />

Essas unidades apresentam magnitudes diversas pois aparecem:<br />

a) como instituições e grupos sociais que incorporam<br />

os indivíduos a papéis e posições sociais nucleares, b) como<br />

camadas sociais que absorvem e coordenam tais instituições e<br />

grupos sociais e c) como sistemas sociais globais que integram<br />

tais camadas e condicionam o seu funcionamento, pertinência<br />

ou transformação. [Nota de rodapé a este trecho]: A psicologia<br />

social constitui uma matéria híbrida situada num ponto de confluência<br />

da psicologia, da sociologia e da antropologia. Embora<br />

ela seja fundamental <strong>para</strong> cada uma destas ciências, a problemática<br />

específica da sociologia se define além e acima desse campo<br />

híbrido, marginal e necessariamente interdisciplinar.<br />

Assim é, como referido, que uma verdadeira demarcação das fronteiras com a<br />

sociologia ocorreu apenas na segunda metade da década de 30, quando a Psicologia<br />

11 FERNANDES, F. (1969) Nota prévia. In: Comunidade e sociedade no Brasil. Leituras básicas de introdução<br />

ao estudo macrossociológico do Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 2 ed., 1975, p. XI.<br />

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