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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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Ao fazer análises concretas em cima de situações concretas, visando superálas,<br />

dedica uma parte considerável de sua vida a pesquisar os modos de produção e<br />

reprodução da vida em uma formação social na qual ele e nós, em outra fase, estamos<br />

situados: o capitalismo.<br />

Em 867, ao publicar a mais famosa e extensa de suas obras (cerca de três mil<br />

páginas), O capital, apresenta com riqueza de informações e impressionante rigor<br />

metodológico os processos de expropriação e dominação que definem as relações<br />

do capital e suas implicações na vida humana (banalização da existência, alienação,<br />

fragmentação do saber, divisão do trabalho etc.) e sua capacidade destrutiva da base<br />

vital planetária, resultando na cisão sociedade-natureza.<br />

Logo no início da obra demonstra o caráter “invertido” do capitalismo ao<br />

subordinar a criação humana e a vida à dinâmica geradora de mercadorias, coisificando-nos<br />

e transformando-nos em “adoradores” de objetos de consumo – o que<br />

denomina de fetichismo.<br />

A riqueza das sociedades onde rege a produção capitalista configura-se<br />

em “imensa acumulação de mercadorias”, e a mercadoria,<br />

isoladamente considerada, é a forma elementar dessa<br />

riqueza. Por isso, nossa investigação começa com a análise da<br />

mercadoria (MARX, 2006, p. 57).<br />

132<br />

À primeira vista, a mercadoria parece ser coisa trivial, imediatamente<br />

compreensível. Analisando-a, vê-se que ela é algo muito<br />

estranho, cheio de sutilezas metafísicas e argúcias teológicas.<br />

Como valor-de-uso, nada há de misterioso nela, quer a observemos<br />

sob o aspecto de que se destina a satisfazer necessidades<br />

humanas, com suas propriedades, quer sob o ângulo de que só<br />

adquire essas propriedades em conseqüência do trabalho humano.<br />

É evidente que o ser humano, por sua atividade, modifica do<br />

modo que lhe é útil a forma dos elementos naturais. Modifica,<br />

por exemplo, a forma da madeira, quando dela se faz uma mesa.<br />

Não obstante, a mesa ainda é madeira, coisa prosaica, material.<br />

Mas, logo que se revela mercadoria, transforma-se em algo ao<br />

mesmo tempo perceptível e impalpável. Além de estar com os<br />

pés no chão, firma sua posição perante as outras mercadorias<br />

e expande as idéias fixas de sua cabeça de madeira, fenômeno<br />

mais fantástico do que se dançasse por iniciativa própria. [...]<br />

O caráter misterioso que o produto do trabalho apresenta ao<br />

assumir a forma de mercadoria, donde provém? Dessa própria

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