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Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental

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tológico sustentado pelo racionalismo epistemológico leva a filosofia moderna<br />

a defender a centralidade do mundo, como natureza física, e do homem, no<br />

interior dessa natureza. Trata-se de uma posição de firme cosmocentrismo e de<br />

antropocentrismo, tendências que levam a um deslocamento de Deus do centro<br />

da realidade, questionando o teocentrismo medieval.<br />

É nesse contexto que se pode entender a posição de Francis Bacon como<br />

uma das principais referências da nova mentalidade que surgia e que se configurou<br />

especificamente na modalidade científica do conhecimento, na instauração<br />

da ciência como a nova e revolucionária instância da cultura ocidental,<br />

que vai mudar completa e definitivamente a visão de homem e de mundo. Um<br />

novo sistema de saber, distinto tanto do sistema teológico como do sistema<br />

metafísico, que se propõe como capaz de esclarecer a totalidade dos fenômenos<br />

do universo apenas com os recursos da razão natural. No plano de sua sustentação<br />

filosófica, duas premissas são postas: a do racionalismo, como afirmação<br />

radical da autonomia e do poder da razão humana como único instrumento do<br />

saber verdadeiro, e a do naturalismo, como afirmação de que a natureza esgota<br />

a realidade, devendo conter em si mesma sua própria explicação.<br />

Já com 2 anos de idade, Bacon ingressou no colégio da Universidade de<br />

Cambridge, onde o currículo incluía conhecimentos de filosofia antiga e medieval.<br />

Logo deu-se conta da fraca fecundidade do método aristotélico, que prevalecia<br />

no contexto da cultura escolástica, então ainda vigente, mais voltado <strong>para</strong> a<br />

discussão retórica do que <strong>para</strong> a prática útil <strong>para</strong> a vida humana. Ao lado dessa<br />

precoce sensibilidade filosófica, Bacon se interessava também pelos embriões do<br />

conhecimento científico, de fundo empírico, que começavam a nascer no final da<br />

Idade Média e começos da Idade Moderna. Impressionou-se igualmente pelos<br />

avanços da técnica. Em 577, foi enviado <strong>para</strong> a França <strong>para</strong> atuar junto à embaixada<br />

inglesa, dando início a sua carreira política. Devido a fracassos financeiros<br />

dos negócios de seu pai, voltou à Inglaterra, onde se forma em Direito e associa-se<br />

à Gray’s Inn, associação de advogados que mantém curso de Direito, no<br />

qual se forma, em 582. Sua carreira política deslancha, sendo eleito deputado,<br />

em 584, função <strong>para</strong> a qual obteve um segundo mandato em 59 . Em 589,<br />

torna-se professor na escola em que se formara. Em 596, foi nomeado <strong>para</strong> o<br />

Conselho Extraordinário do Reino. Em 597, publica seus Ensaios, sua principal<br />

produção literária. Em 604, foi nomeado Conselheiro Ordinário e, em 6 7,<br />

Guarda dos Selos. Em 6 8, é nomeado Lord chanceler, recebendo o título de<br />

Barão de Verulam. Em 620, publica o Novum Organum, sendo nomeado por<br />

Jaime I, em 62 , Visconde de Saint-Alban, no mesmo ano em que, envolvido<br />

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