Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental
Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental
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A sua história de vida é marcada pelo exercício de uma reflexão, que sistematiza<br />
a opção de ser educador como uma forma de mudar o mundo. Nasceu em<br />
Recife em 92 e, apesar de se formar em Direito na década de 40, fez a opção<br />
por se tornar educador, que nunca mais abandonou, indo trabalhar no SESI, com<br />
alfabetização de adultos, entre 947 e 954. 2<br />
Por defender uma pedagogia social e comprometida com a superação da situação<br />
de miséria vivenciada pela maioria do povo brasileiro, Freire alinhou-se aos segmentos<br />
progressistas da sociedade civil que defendiam políticas desenvolvimentistas<br />
<strong>para</strong> o País, e, com a repercussão do trabalho que realizou em Recife, foi chamado<br />
pelo Governo Federal <strong>para</strong> coordenar o Programa Nacional de Alfabetização, no<br />
início dos anos 60. Essa proposta, entre outras que ocorreram no período, articulou<br />
movimentos sociais, como o movimento estudantil em ações junto aos setores mais<br />
desprovidos da população, em escala nacional, possibilitando uma sistematização e<br />
uma ampliação da experiência inicial de Recife.<br />
Com o Golpe Militar de 964, foi exilado, indo inicialmente <strong>para</strong> a Bolívia<br />
e, logo em seguida, <strong>para</strong> o Chile, país em que viveu até 969. No Chile, participa<br />
de ações junto a trabalhadores rurais, e publica algumas de suas obras mais significativas,<br />
que sistematizam as diferentes experiências, ampliando a sua temática <strong>para</strong><br />
aprendizados mais amplos do que a alfabetização. Vivendo na Europa ao longo dos<br />
anos 70, trabalha no Conselho Mundial das Igrejas, subsidia ações educacionais<br />
de movimentos sindicais e feministas, ao mesmo tempo que presta serviço como<br />
consultor <strong>para</strong> a implementação de políticas educacionais a países da África, recém-libertados<br />
da sua condição de colônias. Nesse processo, amplia a reflexão das<br />
várias dimensões dos processos educativos promovidos pelos movimentos sociais,<br />
assim como na formulação de políticas educacionais comprometidas com mudanças<br />
sociais profundas e que se dão em culturas tão diversas como as dos países latinoamericanos,<br />
dos movimentos sociais da Europa Central e das diversas etnias que<br />
constituem os países africanos.<br />
Retorna ao Brasil em 979, tornando-se professor universitário, participa de<br />
programas de pós-graduação e constitui grupos de pesquisa, que contam com<br />
a colaboração de pesquisadores nacionais e estrangeiros, que ampliam e rearticulam<br />
o seu trabalho. Participa ativamente do processo de redemocratização<br />
brasileiro, apoiando as lutas do Movimento Sindical emergente, sendo um dos<br />
o número de dissertações, teses, livros e artigos sobre sua obra superam sete mil publicações (GADOT-<br />
TI,1996)<br />
2 Nas páginas iniciais de Pedagogia da Esperança, FREIRE (1999, pp. 9-50) retoma o percurso de sua vida<br />
mostrando como a sua trajetória intelectual está diretamente vinculada a suas ações e projetos.<br />
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