Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental
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assim como estes se oferecem imediatamente, nem o sentido humano,<br />
tal como é imediata e objetivamente, é sensibilidade humana,<br />
objetividade humana. A natureza não está, nem objetiva<br />
nem subjetivamente, imediatamente disponível ao ser humano<br />
de modo adequado (MARX, 2004, p. 27- 28).<br />
Em 845, em uma de suas Teses sobre Feuerbach, faz uma afirmação que passou<br />
a ser muito utilizada entre educadores. A importância desta que é a terceira tese<br />
está em situar a <strong>educação</strong> como produto e produtora das relações sociais, negando<br />
concepções que colocam a <strong>educação</strong> como “salvadora” ou como simples reprodutora<br />
das condições existentes. É em cima disto que educadores como Paulo Freire vão<br />
dizer que a <strong>educação</strong> não resolve tudo, mas que sem esta não há possibilidade de<br />
mudança; e que o educador precisa atuar politicamente, exercer sua cidadania, conhecer<br />
e ter compromisso social <strong>para</strong> que se eduque, ou seja, se aprimore em sua<br />
condição humana produzindo cultura e meios <strong>para</strong> agir no mundo.<br />
A doutrina materialista que pretende que os homens sejam produtos<br />
das circunstâncias e da <strong>educação</strong>, e que, conseqüentemente,<br />
homens transformados sejam produtos de outras circunstâncias<br />
e de uma <strong>educação</strong> modificada, esquece que são precisamente<br />
os homens que transformam as circunstâncias e que o próprio<br />
educador precisa ser educado. É por isso que ela tende inevitavelmente<br />
a dividir a sociedade em duas partes, uma das quais<br />
está acima da sociedade (por exemplo, em Robert Owen).<br />
A coincidência da mudança das circunstâncias e da atividade<br />
humana ou automudança só pode ser considerada e compreendida<br />
racionalmente como práxis revolucionária (MARX e EN-<br />
GELS, 2002, p. 00).<br />
Em 846, em texto produzido com Engels, A ideologia alemã, Marx evidencia<br />
seu entendimento relacional e contraditório da história. Sua maior contribuição<br />
neste ponto foi a defesa de uma posição que procura entender a(s) totalidade(s)<br />
(<strong>para</strong> ele, sinônimo de conjuntos de relações que em sua dinâmica definem estuturas<br />
e “leis” variáveis no tempo-espaço, portanto, bastante distinto de ser uma totalidade<br />
absoluta – o todo), considerando frágeis as concepções que querem pensar a humanidade<br />
a partir de essências prévias e universais. É por isso que afirma que a crítica<br />
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