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Princípios de Segurança e Proteção Radiológica, Terceira ... - Cnen

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as enzimas das células, passa a ser a molécula chave no processo <strong>de</strong><br />

estabelecimento <strong>de</strong> danos biológicos.<br />

No caso <strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> seres humanos a altas doses <strong>de</strong> radiação, como em<br />

aci<strong>de</strong>ntes nucleares, uma gran<strong>de</strong> parte das células do corpo é afetada,<br />

impossibilitando a sustentação da vida. Por outro lado, há, ainda, muita<br />

incerteza quanto aos efeitos da exposição <strong>de</strong> pessoas a baixas doses <strong>de</strong><br />

radiação uma vez que, caso haja efeitos, estes, em via <strong>de</strong> regra, são<br />

mascarados pela ocorrência natural <strong>de</strong> doenças que po<strong>de</strong>m ou não ser<br />

provocadas pela exposição à radiação, como é o caso do câncer.<br />

Assim, para que um estudo sobre os efeitos da radiação a baixas doses seja<br />

estatisticamente válido, é preciso observar uma população <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong><br />

pessoas expostas a esses níveis baixos <strong>de</strong> radiação, durante várias gerações,<br />

já que os organismos dispõem <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> reparo e, mesmo que haja<br />

morte celular, as células po<strong>de</strong>m vir a ser prontamente substituídas por meio<br />

<strong>de</strong> processos metabólicos normais, “neutralizando”, assim, o efeito em<br />

estudo.<br />

Os efeitos das radiações ionizantes sobre os organismos vivos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

não somente da dose por eles absorvida, mas, também, da taxa <strong>de</strong> absorção<br />

(aguda ou crônica) e do tecido atingido. Assim, por exemplo, os efeitos<br />

relacionados a uma <strong>de</strong>terminada dose são muito menores quando essa dose<br />

é fracionada e recebida em pequenas quantida<strong>de</strong>s ao longo do tempo, uma<br />

vez que os mecanismos <strong>de</strong> reparo das células po<strong>de</strong>m entrar em ação entre<br />

uma dose e outra. É, também, sabido que o dano infringido em células<br />

quando estas estão em processo <strong>de</strong> divisão é maior, tornando os respectivos<br />

tecidos e órgãos mais radiosensíveis que outros constituídos por células que<br />

pouco ou nunca se divi<strong>de</strong>m, ou seja, a radiosensibilida<strong>de</strong> é inversamente<br />

proporcional à especificida<strong>de</strong> da célula.<br />

Convém manter em perspectiva o fato <strong>de</strong> ser consenso mundial que a<br />

indução <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong>vido à exposição a baixas doses <strong>de</strong> radiação acrescenta<br />

alguns casos <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong>ssa doença aos milhares <strong>de</strong> casos que ocorrem<br />

naturalmente, <strong>de</strong>vido a outras causas. Não se <strong>de</strong>ve esquecer que o câncer é<br />

a principal doença na velhice e que diversas substâncias a que se po<strong>de</strong> estar<br />

exposto no dia a dia têm sido i<strong>de</strong>ntificadas como cancerígenas (arsênio,<br />

fuligem <strong>de</strong> chaminés, alcatrão, asbestos, parafina, alguns componentes da<br />

fumaça <strong>de</strong> cigarro, toxinas em alimentos, etc.), além da radiação<br />

eletromagnética como a ultravioleta e mesmo do calor.<br />

É importante, também, mencionar, que há alguma evidência experimental<br />

<strong>de</strong> que baixas doses <strong>de</strong> radiação po<strong>de</strong>m estimular uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> funções<br />

celulares, incluindo seus mecanismos <strong>de</strong> reparo, bem como aprimorar o<br />

sistema imunológico, fortalecendo os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do corpo. No<br />

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