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“disposições para crer, disposições para agir”: jovens de ... - Uece

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seu sustento e da família, senão <strong>para</strong> garantir a posse <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados bens ou produtos<br />

necessários ou <strong>de</strong>sejados <strong>para</strong> os quais a família nem sempre possui capital econômico<br />

suficiente <strong>para</strong> lhes viabilizar o consumo.<br />

3.2 Os Jovens da Escola do Mondubim<br />

Na escola do Mondubim, percebemos a presença <strong>de</strong> muitos <strong>jovens</strong> entre 15 e 17<br />

anos integrando as turmas <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Jovens e Adultos - EJA no período noturno em<br />

<strong>de</strong>corrência da inserção no mercado <strong>de</strong> trabalho No entanto, foi observada também a<br />

existência <strong>de</strong> outras motivações <strong>para</strong> a matrícula <strong>de</strong> <strong>jovens</strong> não trabalhadores nesse turno e<br />

em tal modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino: como a preferência pelo turno <strong>para</strong> ficarem com o dia livre e o<br />

fato <strong>de</strong> estarem em situação <strong>de</strong> distorção ida<strong>de</strong>-série, resultando na perda <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> na<br />

escolha do horário <strong>de</strong> estudo diurno, que é garantida <strong>para</strong> aqueles que se encontram na<br />

série oficialmente recomendada <strong>para</strong> a ida<strong>de</strong>.<br />

Para a maioria <strong>de</strong>sses entrevistados, a transferência <strong>para</strong> o período noturno,<br />

além <strong>de</strong> estar associada à situação <strong>de</strong> distorção ida<strong>de</strong>-série, estaria associada também à<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> disponibilizar as horas diurnas <strong>para</strong> o trabalho, passando também a serem<br />

responsabilizados pela complementação da renda familiar.<br />

Dentre os <strong>jovens</strong> <strong>de</strong>ssa escola que respon<strong>de</strong>ram ao Questionário da pesquisa,<br />

23 (vinte e três) afirmaram ser trabalhadores e 10 (<strong>de</strong>z) estavam apenas estudando no<br />

período investigado. Entre os trabalhadores predominavam situações <strong>de</strong> trabalho informal,<br />

sem proteção social e com baixa remuneração quando com<strong>para</strong>da ao salário mínimo<br />

vigente no País. Apenas 3 (três) possuíam carteira profissional assinada. Predominou a<br />

inserção em ocupações sem exigência <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> como: lavadores <strong>de</strong> carro, auxiliares<br />

<strong>de</strong> pa<strong>de</strong>iro, auxiliar <strong>de</strong> ciclo peças, serralheiro, auxiliar <strong>de</strong> facção, costureiro (a), entregador<br />

<strong>de</strong> água <strong>de</strong> mercadinho do bairro, garçom, empregada doméstica e babá. Dois <strong>jovens</strong><br />

trabalhavam nos estabelecimentos comerciais <strong>de</strong> seus pais durante o dia: em um dos casos,<br />

o jovem trabalhava em uma churrascaria localizada na própria residência da família e no<br />

outro caso, em uma oficina mecânica em uma área central do município <strong>de</strong> Fortaleza.<br />

Em uma das questões do Questionário foi perguntado aos <strong>jovens</strong> trabalhadores<br />

se eles gostavam do tipo <strong>de</strong> trabalho que realizavam. Abaixo são apresentadas algumas das<br />

respostas emitidas por esses estudantes:<br />

Não, porque é ruim. A pessoa queima a vista. (Serralheiro/soldador, EJAV, 17<br />

anos).<br />

Sim, porque eu ganho <strong>de</strong> acordo com o trabalho. (Ajudante <strong>de</strong> caminhão, EJA V,<br />

17 anos).

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