10.07.2015 Views

Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>: a <strong>poesia</strong> <strong>da</strong> <strong>inquietação</strong>ÚLTIMOVoo solitáriona fím<strong>br</strong>ia <strong>da</strong> noite,em busca do pouso distante.Ou mesmo nos versos do poema “Coragem de cantar” (IP, p. 19), "Maisforte que o desamor./ elevar acima <strong>da</strong> solidão/ o canto solidário".O poema “Cantar” (PM, p. 20) mostra que partilhar a solidão também émister dos que buscam o "outro", em especial, o <strong>pr</strong>ó<strong>pr</strong>io poeta:CANTARQuem vai cantandonão vai sozinho.Dançam em seu caminhoo sonho e a canção.Em “Hora vazia” (SR), a solidão é associa<strong>da</strong> à imagem do deserto. O eulírico declara: “Se esta hora é vazia,/ O deserto é só meu.// É imortal a <strong>pr</strong>esença <strong>da</strong><strong>poesia</strong>/ na face multiforme <strong>da</strong> beleza [...]” (p. 38). Símbolo <strong>da</strong> solidão, o desertoa que se refere o sujeito <strong>da</strong> enunciação não é só aridez, é também um espaço emque é possível vivenciar a solidão através <strong>da</strong> criação poética, pois "a <strong>pr</strong>esença<strong>da</strong> <strong>poesia</strong>" é sinônimo de beleza.<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>, ao se referir à solidão, em entrevista a Alzeli Bassetti, naRevista Brasília, em julho de 1990, declara:Há uma espécie de solidão positiva e necessária: parapensar, para sonhar, para criar, ou, simplesmente, olharpela janela a paisagem lá fora. É na solidão que a genteconsegue olhar para dentro de si e encontrar-se. O <strong>pr</strong>ó<strong>pr</strong>iosonho floresce na solidão. E to<strong>da</strong> criação é, a <strong>pr</strong>incípio umsonho lúcido (1990, p. 5).Na <strong>poesia</strong> de <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>, a temática <strong>da</strong> solidão, relaciona<strong>da</strong> àquestão <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> morte, é uma constante. A <strong>poesia</strong> kolodyana ex<strong>pr</strong>essa suaintenção humana, como potenciali<strong>da</strong>de, busca de sentido existencial eresistência. A <strong>poesia</strong> faz-se reflexiva porque interroga, a um só tempo, osmeandros <strong>da</strong> existência humana, <strong>da</strong> arte e do mundo.“Ensaio” (VB, p. 58) trata <strong>da</strong> questão <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> morte, sem<strong>pr</strong>e105

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!