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Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

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<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>: a <strong>poesia</strong> <strong>da</strong> <strong>inquietação</strong>mar enquanto local <strong>da</strong>s metamorfoses, <strong>da</strong>s transformações e renascimentos:Símbolo <strong>da</strong> dinâmica <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Tudo sai do mar tudo retornaa ele: lugar dos nascimentos, <strong>da</strong>s transformações, e dosnascimentos. Águas em movimento, o mar simboliza umestado transitório entre as possibili<strong>da</strong>des ain<strong>da</strong> informes asreali<strong>da</strong>des configura<strong>da</strong>s, uma situação de ambivalência,que é a de incerteza, de dúvi<strong>da</strong>, de indecisão, e que se podeconcluir bem ou mal (1991, p. 592).Assim como o mar simboliza um "estado transitório", o emigrantetambém vive em estado semelhante, pois o ato de partir, leva-o a viver momentosde incertezas, de dúvi<strong>da</strong>s e sofrimento. Na terceira e última estrofes do poema“Emigrante”, salienta-se o questionamento inquietante do sujeito lírico: "Quemdilacera assim,/ entre a sau<strong>da</strong>de e a esperança,/ o coração do emigrante?" (p. 75).A resposta ocorre no verso seguinte, em tom afirmativo: "É a vi<strong>da</strong>... é a vi<strong>da</strong>... é avi<strong>da</strong>" (p. 75).Em “Imigrantes eslavos” (SR – VE, p. 146), os temas <strong>da</strong> imigração e odiálogo entre gerações se fazem <strong>pr</strong>esentes:IMIGRANTES ESLAVOSCabeça <strong>br</strong>anca do neto.Cabeça <strong>br</strong>anca do avô.Luar noturno e gea<strong>da</strong>,Que é orvalho <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.Vão conversando... E se entendemNuma linguagem difusa:O mesmo vago sorriso,A mesma fala confusa.O poema é composto por duas estrofes similares. No decurso do poema,há combinações de palavras, numa estruturação morfossintática de singularrelevância. Na <strong>pr</strong>imeira estrofe, evidencia-se o paralelismo sintático e semânticonos dois <strong>pr</strong>imeiros versos: "Cabeça <strong>br</strong>anca do neto. Cabeça <strong>br</strong>anca do avô"(p.146). A palavra "cabeça" geralmente simboliza o ardor do <strong>pr</strong>incípio ativo, e o"ato de instruir". Os dois versos seguintes são marcados pela sonori<strong>da</strong>de <strong>da</strong>saliterações e assonâncias: "Luar noturno e gea<strong>da</strong>/ Que é orvalho <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>"(p.146). Destacam-se, no poema, a rima consoante "gea<strong>da</strong>" x madruga<strong>da</strong>", etambém as similari<strong>da</strong>des semânticas, considerando-se "cabeça <strong>br</strong>anca" x123

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