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Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

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Antonio Donizeti <strong>da</strong> CruzEu sou uma poeta que não faz o poema na hora que quer. É a<strong>poesia</strong> quem quer. Ela me agita, me o<strong>br</strong>iga, é umacompulsão interior [...]. Às vezes o poema já vem mais oumenos <strong>pr</strong>onto [...]. Outras vezes é <strong>pr</strong>eciso suar muito [...]. Éuma luta terrível com as palavras. Mas há ocasião que estouem estado de <strong>poesia</strong> e os poemas vão saindo: um, dois, trêspoemas seguidos (KOLODY, 1985, p. 5).Em relação ao "estado de <strong>poesia</strong>", "à inspiração", a autora afirma que ainspiração é como o vento, so<strong>pr</strong>a onde quer,A inspiração é como um estado de em<strong>br</strong>iaguez; eu medesligo <strong>da</strong>s <strong>pr</strong>eocupações imediatas e começo a sonharversos. Preciso escrevê-los imediatamente, senão mefogem e não os recupero mais. Há um sentimento de alegriano ato de criar. Há um <strong>pr</strong>azer lúdico nesse jogo realizadocom palavras (BASSETI, 1990, p. 5).mas o <strong>pr</strong>ocesso criativo <strong>da</strong> autora não fica somente em nível <strong>da</strong> "inspiração".A poeta salienta que, depois, vem a fase <strong>da</strong> análise e <strong>da</strong> crítica ao poema. Já não éautora, é leitora do poema e começa a burilá-lo. “Travo um combate sem tréguascom palavras indomáveis”. Tal como digo em um poema. Nunca fico satisfeita.O sonho é sem<strong>pr</strong>e melhor e maior do que o poema", diz <strong>Kolody</strong> (BASSETI,1990, p. 5).Assim, no poema “Inspiração” (PM, p. 13), parece concretizar-se o que<strong>Helena</strong> pensa a respeito <strong>da</strong> experiência poética e <strong>da</strong> inspiração:INSPIRAÇÃOPássaro ariscopousou de leve...Fugiu!Mas também há o poema <strong>da</strong> longa gestação, pois, na <strong>poesia</strong> como navi<strong>da</strong>, há o tempo <strong>da</strong>s germinações, gestações; há o tempo de semear e ceifar,germinar e frutificar, tempo de nascer e morrer.Em “gestação” (SP, p. 39), o sujeito poético relaciona o fazer poético aomomento <strong>da</strong> transformação do carbono em diamante:90

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