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Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

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Antonio Donizeti <strong>da</strong> CruzAo (re)visitar sua infância, o eu lírico lem<strong>br</strong>a "Aquelas tardes de TrêsBarras,/ Plenas de sol e de cigarras! (p. 150). São versos que mostramdes<strong>pr</strong>eocupação do eu lírico, vivi<strong>da</strong> nessa fase que se encontra no passado,lem<strong>br</strong>ado com uma certa sau<strong>da</strong>de e melancolia <strong>da</strong>quele "tempo bom". Oselementos <strong>da</strong> natureza integram-se perfeitamente no poema. Na terceira estrofe,Ao (re)visitar sua infância, o eu lírico lem<strong>br</strong>a "Aquelas tardes de Três Barras,/Plenas de sol e de cigarras! (p. 150). São versos que mostram des<strong>pr</strong>eocupaçãodo eu lírico, vivi<strong>da</strong> nessa fase que se encontra no passado, lem<strong>br</strong>ado comuma certa sau<strong>da</strong>de e melancolia <strong>da</strong>quele "tempo bom". Os elementos <strong>da</strong>natureza integram-se perfeitamente no poema. Na terceira estrofe,a imagem <strong>da</strong>"chuva-de-ouro" (planta ornamental), dá um toque especial à paisagem. O eulírico afirma que ela "Era um tesouro,/ Quando floria./ De áureas abelhas/ To<strong>da</strong>zumbia./ Alfom<strong>br</strong>a flava/ O chão floria". A floração simboliza o retorno aoestado <strong>pr</strong>imordial. (p. 150).O eu lírico recor<strong>da</strong>-se também do "cão travesso, de nome "eslavo", <strong>da</strong>"meren<strong>da</strong> agreste", do "leite crioulo", do "pão feito em casa,/ Com mel dourado,/Cheirando a favo". Pode-se dizer que há por parte do eu lírico, uma sau<strong>da</strong>dedo lar, <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de outrora. A linguagem do poema reveste-se de um lirismodespojado. Os versos livres, as palavras simples e ternas, tornam-se quase uma<strong>pr</strong>osa evocativa (p. 150-151).Do tempo de infância, o eu lírico lem<strong>br</strong>a-se <strong>da</strong>s "canções" canta<strong>da</strong>s "pelamenina<strong>da</strong>", que soava por todo o povoado. Nas tardes tranqüilas de domingo,saí-se a "flanar". Às segun<strong>da</strong>s-feiras, no riacho, as "lavadeiras" batiam roupa. Oeu lírico afirma: "Também a gente lavava trapos/ Nas pedras lisas, nascorredeiras,/ Catava limo, topava sapos/ (Ai, ai, que susto! Virgem Maria!)"(p.151). São versos marcados pela des<strong>pr</strong>eocupação com a vi<strong>da</strong> e pelatranqüili<strong>da</strong>de vivi<strong>da</strong> pelo eu lírico (p. 151).Nos versos finais do poema, salienta-se que "do tempo", apenas se sabia<strong>da</strong> existência do "bom tempo <strong>da</strong>s laranjas/ E o doce tempo dos figos...". Noentanto esse tempo é passado, pois restou apenas a "Longínqua infância... TrêsBarras/ Plena de sol e cigarras!" Os versos re<strong>pr</strong>esentam a tentativa dereencontrar a harmonia e beleza perdi<strong>da</strong>s, em que o eu lírico encontra uma formade reviver seus sentimentos através <strong>da</strong> <strong>poesia</strong>.128

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