Antonio Donizeti <strong>da</strong> CruzSônia Régis, ao referir-se a Sem<strong>pr</strong>e palavra, em seu artigo "A <strong>poesia</strong>incisiva de <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>", publicado em O Estado de S. Paulo, a 16 de marçode 1986, expõe que a <strong>poesia</strong> de <strong>Kolody</strong> é "exercício de gestação lento elaborioso", pois "sua <strong>poesia</strong> a<strong>br</strong>e espaços para uma significação plural, onde nãohá lugar para significantes associados mecanicamente" (1986, p. 10).Em 1986, <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong> participa do <strong>pr</strong>ojeto <strong>da</strong> Biblioteca Pública doParaná. É publica<strong>da</strong> a o<strong>br</strong>a <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>: um escritor na Biblioteca. Ain<strong>da</strong>nesse ano, é publica<strong>da</strong> a <strong>pr</strong>imeira edição de Poesia mínima, e a segun<strong>da</strong> deSem<strong>pr</strong>e palavra, pela Criar Edições. Em Poesia mínima, "a palavra depura<strong>da</strong> éabsolutamente sintética e essencial"; os temas continuam na <strong>pr</strong>ocura do absoluto,<strong>da</strong> ligação com o divino, a pequenez diante do mundo, o conflito entre a vi<strong>da</strong> reale a ânsia de plenitude (FARIA, 1992, p. 4).Em 1988, a Secretaria de Estado <strong>da</strong> Cultura do Paraná, por intermédio deRegina Benitez, institui o "Concurso de Poesia <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>", como duploreconhecimento pela <strong>br</strong>ilhante atuação <strong>da</strong> poeta no magistério paranaense e pelamagnitude do conjunto de sua o<strong>br</strong>a literária. Ain<strong>da</strong> em 1988, a Criar Ediçõesedita Viagem no espelho, antologia que reúne as o<strong>br</strong>as de <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>, até essa<strong>da</strong>ta.Vários poemas <strong>da</strong> autora foram musicados. O <strong>pr</strong>imeiro foi “Prece", em1950, <strong>da</strong> o<strong>br</strong>a Paisagem interior, pela cantora carioca Babi de Oliveira, que omusicou e cantou em seus recitais. Por volta de vinte anos mais tarde, o maestroPedro de Castro musicou-o também. No dia 29 de outu<strong>br</strong>o de 1965, numconcerto de composições de Helza Camêu, a<strong>pr</strong>esentado pelo "Círculo de ArtesVera Janacópulus", no auditório do Conservatório Brasileiro de Música, no Riode Janeiro, foram inter<strong>pr</strong>etados os poemas de <strong>Helena</strong>: "Prenúncio de outono" e"A som<strong>br</strong>a no rio", cantados por Hermelindo Castello Branco, e "Música eterna",cantados por Maria Sylvia Pinto (KOLODY, 1986, p. 22).Helza Camêu (pianista e compositora) musicou alguns poemas de<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>: "Ilusão", "Crepúsculo de a<strong>br</strong>il", "So<strong>br</strong>evivência", "Canto" e"Entardecer". Em Curitiba, o maestro Wolf Schaia retoma muitos de seuspoemas. “Carroça de tol<strong>da</strong>” foi cantado na Socie<strong>da</strong>de Ucraniana, com música einter<strong>pr</strong>etação coral de Pedro Kutchma. Para a poeta, o interessante foi que ele pôsem pauta a letra em português e em ucraniano (tradução ucraniana de WiraWowk). <strong>Helena</strong> diz-se admira<strong>da</strong> "com essa intercorrência <strong>da</strong>s artes" (KOLODY,1986, p. 22).No dia 22 de dezem<strong>br</strong>o de 1990, o grupo <strong>da</strong> Oficina Livre de Teatro levaao palco, <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>, uma mulher, peça escrita, dirigi<strong>da</strong> e inter<strong>pr</strong>eta<strong>da</strong> pelo44
<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>: a <strong>poesia</strong> <strong>da</strong> <strong>inquietação</strong>grupo, <strong>pr</strong>omovi<strong>da</strong> pelo Museu <strong>da</strong> Imagem e do Som, sob a coordenação deMarcelo Marchioro. So<strong>br</strong>e a expectativa <strong>da</strong> peça, em depoimento a ElizabeteCastro, em O Estado do Paraná, a 22 de dezem<strong>br</strong>o de 1990, a poeta refere-se: "ofato de fazerem uma peça so<strong>br</strong>e meus poemas não significa que eu seja a grandepoeta ou a minha <strong>poesia</strong> seja o máximo, mas sim que as pessoas gostam do que eufaço" (CASTRO, 1990, p. 17).Em 1991, a Secretaria de Estado <strong>da</strong> Cultura edita Ontem agora: poemasinéditos. No <strong>pr</strong>efácio <strong>da</strong> o<strong>br</strong>a, Hélio de Freitas Puglielli tece a seguinteafirmação:<strong>Helena</strong> é a voz do Paraná. Uma voz sonora, semarrogâncias, sem estridências retóricas ou piegas. Uma vozque não se alterou ao longo do itinerário, modula<strong>da</strong> pelaautentici<strong>da</strong>de, tempera<strong>da</strong> pelo vigor de uma sensibili<strong>da</strong>deque nem o passar dos anos conseguiu reduzir(PUGLIELLI, 1991, p. 5-6).Em 25 de março de 1992, <strong>Helena</strong> é recebi<strong>da</strong> pelo acadêmico e <strong>pr</strong>ofessorLeopoldo Scherner, na Academia Paranaense de Letras. Atualmente é a únicamulher na APL. Ocupa a cadeira de n. 28, deixa<strong>da</strong> vaga por seu <strong>pr</strong>imeiroocupante, o poeta Leonardo Hencke, e que teve como patrono FranciscoCarvalho de Oliveira, e como fun<strong>da</strong>dor, o poeta Rodrigo Júnior.Leopoldo Scherner, em seu artigo: "<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>: paranaenseimortal", publicado no Correio de Notícias, a 3 de a<strong>br</strong>il de 1992, faz uma síntesedo discurso que <strong>pr</strong>oferiu no dia 25 de março de 1992, na Academia Paranaense deLetras e diz que se sentiu "honrado, distinguido e feliz" por receber, em nome deseus confrades, a poeta <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>. Para ele, desde o início <strong>da</strong> trajetóriapoética de <strong>Helena</strong>, o vital elemento religioso já aparece em seus poemas, sendoum tema que ela jamais abandonou, pois constitui "a célula criadora de sua<strong>poesia</strong>". Também, o atavismo ucraniano bastava para lhe plasmar a almareligiosa. Ele ain<strong>da</strong> ressalta que, <strong>Helena</strong> é "poeta <strong>da</strong> natureza" e sabe <strong>da</strong> evolução<strong>da</strong> natureza, "com suas mortes e ressurreições" (SCHERNER, 1992, p. 2).Pela passagem de seu aniversário, 80 anos (1992), <strong>Helena</strong> recebeuinúmeras homenagens de amigos, de poetas, artistas, jornalistas, editores,críticos literários. O cineasta Sylvio Back criou o "poemografilme", A Babel <strong>da</strong>luz, em dez minutos e 35 mm. Para Sylvio Back, "homenagear a poeta <strong>Helena</strong><strong>Kolody</strong>, a padroeira de todos nós – com um 'poemografilme' nesta <strong>da</strong>taemblemática – soa como uma autêntica rasteira no tempo" (BACK, 1992a, p. 1).45
- Page 2 and 3: ANTONIO DONIZETI DA CRUZé professo
- Page 4 and 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO P
- Page 6 and 7: © 2010, Antonio Donizeti da CruzRe
- Page 9: AGRADECIMENTOS SEMPREAgradeço ao p
- Page 15: A alegria maior da vida é colher o
- Page 19: SIGLAS DOS LIVROS DE HELENA KOLODYP
- Page 23 and 24: PALAVRAS PRIMEIRASHelena Kolody: a
- Page 25 and 26: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 27 and 28: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 29 and 30: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 31 and 32: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 33 and 34: desenvolvimento da cultura brasilei
- Page 35 and 36: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 37 and 38: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 39 and 40: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 41 and 42: Feita de tortura e fel.Helena Kolod
- Page 43 and 44: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 45: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 49 and 50: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 51 and 52: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 53 and 54: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 55: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 58 and 59: Antonio Donizeti da CruzA única ju
- Page 60 and 61: Antonio Donizeti da Cruzpois, dessa
- Page 62 and 63: Antonio Donizeti da CruzJakobson co
- Page 64 and 65: Antonio Donizeti da Cruz"encantamen
- Page 66 and 67: Antonio Donizeti da Cruzmais difere
- Page 68 and 69: Antonio Donizeti da Cruza imagem co
- Page 71 and 72: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 73 and 74: A comunicabilidade na poesia kolody
- Page 75 and 76: Em “Inquietação”, o sujeito l
- Page 77 and 78: “Exílio” (SR, p. 12) é um exe
- Page 79 and 80: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 81 and 82: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 83 and 84: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 85 and 86: Chego a pensar, às vezes, comovida
- Page 87 and 88: significado das palavras, além do
- Page 89 and 90: A poesia de Helena Kolody funda-se
- Page 91 and 92: O poema enquanto presente original
- Page 93 and 94: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 95 and 96: poético. Percebe-se que a linguage
- Page 97 and 98:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 99 and 100:
A tanka “Sabedoria” (RE, p. 60)
- Page 101 and 102:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 103 and 104:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 105 and 106:
O haicai intitulado “Depois” (R
- Page 107 and 108:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 109 and 110:
Pode-se dizer que a "semente" é me
- Page 111 and 112:
A longa mão feita de sombraE tira
- Page 113 and 114:
Ao calor do interrogar-senuvens ocu
- Page 115 and 116:
dando um tom de irregularidade às
- Page 117 and 118:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 119 and 120:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 121 and 122:
Lembra, sem o querer, numa impress
- Page 123 and 124:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 125 and 126:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 127 and 128:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 129 and 130:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 131 and 132:
CONSIDERAÇÕES FINAISHelena Kolody
- Page 133 and 134:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 135 and 136:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASHelena
- Page 137 and 138:
ATEM, Reinoldo. Panorama da poesia
- Page 139 and 140:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 141 and 142:
JAKOBSON, Roman; POMORSKA, Kristyna
- Page 143:
ANEXOS
- Page 147:
145
- Page 151:
149
- Page 155:
153
- Page 159:
157
- Page 163:
161
- Page 167 and 168:
2PRAÇA RUI BARBOSAQuando a conheci
- Page 169:
3A PRAÇAQuando a conheci, chamava-
- Page 173:
HAIGO171
- Page 177:
175
- Page 181:
179
- Page 185 and 186:
MANEIRAS DE SERHelena KolodyOs que