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Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

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<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>: a <strong>poesia</strong> <strong>da</strong> <strong>inquietação</strong>à formação do Estado ucraniano: "Vim <strong>da</strong> Ucrânia valorosa, / que foi Russ e foiRutênia" (p. 65). E ain<strong>da</strong> caracteriza o povo ucraniano com o adjetivo "indomável",pois ele "não cala/ sua voz sem algemas" (p. 65).Na quarta estrofe, ain<strong>da</strong> de “Saga”, o sujeito refere-se aos seusantepassados, e imigrantes já em terras imigra<strong>da</strong>s: "Vim <strong>da</strong>s levas imigrantes",que trouxeram na bagagem "a coragem e a esperança". Salienta-se ain<strong>da</strong> a lutasofri<strong>da</strong> pelos imigrantes, pois em seu rosto correu "o suor do trabalho" e tambémo "<strong>pr</strong>anto saudoso", ou seja, a sau<strong>da</strong>de <strong>da</strong> terra natal e <strong>da</strong> pátria distante. Na sextaestrofe, o sujeito lírico refere-se à sua terra natal: "Vim do meu berço selvagem","lar singelo", no "sertão paranaense". Em relação a sua <strong>pr</strong>imeira infância, osujeito lírico relem<strong>br</strong>a saudoso: "Milhares de passarinhos/ me acor<strong>da</strong>vam nas<strong>pr</strong>imeiras/ madruga<strong>da</strong>s <strong>da</strong> existência" (p. 65).Na sétima estrofe, o eu lírico feminino situa-se no tempo e recor<strong>da</strong> comfelici<strong>da</strong>de "<strong>da</strong>s cantigas de ro<strong>da</strong>,/ dos jogos de amarelinha,/ do tempo do 'era umavez...'" (p. 66). Esses versos mostram a infância não só como uma época saudosa,mas como um estado de vi<strong>da</strong> plena, <strong>da</strong> "feliz menina descalça" (p. 66). Naúltima estrofe, o eu lírico recor<strong>da</strong>: "Por fim ancorei para sem<strong>pr</strong>e/ em teu coraçãoplanaltino,/ Curitiba, meu amor!" (p. 66). O poema a<strong>pr</strong>esenta a trajetóriaespaço/temporal vivi<strong>da</strong> pelo sujeito lírico, do "berço selvagem" ao "coraçãoplanaltino". A trajetória anterior a que se refere o eu lírico, "dos navegantesvikings", <strong>da</strong> Ucrânia valorosa" às "levas imigrantes" parece pertencer à <strong>pr</strong>ojeçãomental, de um tempo "mítico-histórico".“Origem” (TE – VE, p. 82-83) alude diretamente ao tema <strong>da</strong> imigração.A construção poética é determina<strong>da</strong> pelo ritmo, que por sua vez possui umamarca <strong>pr</strong>edominantemente acústica, com seus versos livres, simples e fluentes:ORIGEM(aquarela eslavo-<strong>br</strong>asileira)Na memória do sangue,há bosques de bétulas,estepes de urzes flori<strong>da</strong>s,canções eslavas.Arde o trópico nos nervos.Crepita a alegria <strong>da</strong> jovem pátria.A alma se aquece na chama <strong>da</strong>s cores.Dança o coração em ritmo sincopado.121

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