Antonio Donizeti <strong>da</strong> Cruzsignificativa para a melhoria do ensino. <strong>Helena</strong> declara que o magistério e a<strong>poesia</strong> são as duas asas do seu viver. O magistério foi escolha; a <strong>poesia</strong>, umimperativo psicológico. A poeta refere-se à sua criação, dizendo que "a <strong>poesia</strong>foi uma floração espontânea ao longo do meu caminho de magistério. Aspapoulas do sonho florescendo no meio do trigal" (BASSETI, 1990, p. 5).<strong>Helena</strong> foi <strong>pr</strong>ofessora de biologia educacional, história <strong>da</strong> educação ematérias correlatas. Também foi inspetora de ensino. Para a poeta, foi o "impulsoirresistível <strong>da</strong> vocação" que a fez tornar-se educadora. A sala de aula foi o seu lar,o seu mundo; os alunos, sua família pe<strong>da</strong>gógica. E diz: "fui apaixona<strong>da</strong>mente<strong>pr</strong>ofessora". <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong> sente-se realiza<strong>da</strong> por ter exercido o magistério econfessa que foi ao ensino que dedicou os melhores anos de sua vi<strong>da</strong>. A esserespeito, a poeta afirma: "Lecionei com <strong>pr</strong>azer e entusiasmo. Amei os alunoscomo se fossem meus irmãos, meus filhos" (KOLODY, 1989, p. 8).<strong>Helena</strong> realizou seus <strong>pr</strong>imeiros estudos no Grupo Escolar Barão deAntonina, de 1920 a 1922, em Rio Negro, PR. Concluiu o curso <strong>pr</strong>imário em1922. Também estudou em Curitiba de 1923 a 1924, no Colégio DivinaProvidência e na Escola Intermediária (atual Instituto de Educação do Paraná).Em 1924, passou a residir em Mafra, SC, ci<strong>da</strong>de vizinha de Rio Negro, PR. Aí,estudou piano, pintura e escreveu os seus <strong>pr</strong>imeiros versos.Em 1927, a família transfere-se para Curitiba e Miguel <strong>Kolody</strong>, seu pai,que anteriormente havia exercido a <strong>pr</strong>ofissão de agrimensor, estabelece-se comum armazém de secos e molhados.Em 1928, <strong>Kolody</strong> publicou seu <strong>pr</strong>imeiro poema "A lágrima", na revistaO garoto, edita<strong>da</strong> por um grupo de estu<strong>da</strong>ntes.A LÁGRIMA38Oh! lágrima cristalina,Tão salga<strong>da</strong> e pequenina,Quanta dor tu não redimes!Mesmo feita de amargura,És tão sublime, tão puraQue só virtudes ex<strong>pr</strong>imes.Ao coração torturado,pela sau<strong>da</strong>de magoadoPelo destino cruel,Tu és a pérola lin<strong>da</strong>do rosário que não fin<strong>da</strong>,
Feita de tortura e fel.<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>: a <strong>poesia</strong> <strong>da</strong> <strong>inquietação</strong>1928(KOLODY. In: O Estado do Paraná, 1987, p. 15)<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong> começou a escrever muito jovem, por volta dos 13 anos,mas somente a partir de 1930 seus poemas são publicados em jornais e revistas.Especialmente em Marinha, revista do litoral paranaense, edita<strong>da</strong> em Paranaguá,maior divulgadora de sua <strong>poesia</strong> na época. O poeta Rodrigo Júnior era um doscoordenadores <strong>da</strong>s colaborações que ele mesmo enviava para a Revista. Segundo<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>, foi por iniciativa de Ilnah Secundino e, <strong>pr</strong>incipalmente, deRodrigo Júnior que seus versos começaram a ser publicados na revistaMarinha..., divulga<strong>da</strong> nos Estados do Sul. Dessa forma, inúmeras pessoastomaram conhecimento de sua <strong>poesia</strong>, antes <strong>da</strong> publicação de seu <strong>pr</strong>imeiro livro(KOLODY, 1986, p. 30).De 1928 a 1931, <strong>Helena</strong> cursou a Escola Normal Secundária (atualInstituto de Educação do Paraná). Diplomou-se como <strong>pr</strong>ofessora normalista em1931. A esse respeito ela salienta: "sou uma simples <strong>pr</strong>ofessora normalista etenho orgulho disso" (1989, p. 7). Em 1932, é nomea<strong>da</strong> <strong>pr</strong>ofessora do grupoEscolar Barão de Antonina, de Rio Negro, PR. Em 1933, é designa<strong>da</strong> paralecionar na Escola Normal de Ponta Grossa, atuando por um período de 4 anos.Em 1937, <strong>Helena</strong> é transferi<strong>da</strong> para a Escola Normal de Curitiba (atualInstituto de Educação). Lecionou na Capital, cerca de 23 anos, com interrupçãode apenas um ano (1944), quando <strong>pr</strong>estou serviços na Escola de Professores deJacarezinho, PR.A o<strong>br</strong>a poética de <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong> e a crítica literária referente a sua o<strong>br</strong>aé vasta, ou seja, publicou doze livros de <strong>poesia</strong> e oito antologias e o<strong>br</strong>ascompletas, além de inúmeros poemas publicados em revistas e jornais.No ano de 1941, <strong>Helena</strong> publica sua <strong>pr</strong>imeira o<strong>br</strong>a Paisagem interior,com dedicatória a seu pai. Porém, Miguel <strong>Kolody</strong> falece e não pode ver o<strong>pr</strong>imeiro livro que sua filha <strong>pr</strong>eparava em segredo. A respeito desseacontecimento, em entrevista ao Jornal do livro, de Curitiba, <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong> faza seguinte afirmação:Neste ano de 41 meu pai ia fazer 60 anos. Era o tipo do paicoruja e nem sabia que eu estava para publicar o livro.Então, resolvi fazer um <strong>pr</strong>esente a meu pai no dia de seuaniversário. O livro seria feito na Escola Técnica. A gentepagava o material e eles im<strong>pr</strong>imiam, sei até quanto custou:39
- Page 2 and 3: ANTONIO DONIZETI DA CRUZé professo
- Page 4 and 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO P
- Page 6 and 7: © 2010, Antonio Donizeti da CruzRe
- Page 9: AGRADECIMENTOS SEMPREAgradeço ao p
- Page 15: A alegria maior da vida é colher o
- Page 19: SIGLAS DOS LIVROS DE HELENA KOLODYP
- Page 23 and 24: PALAVRAS PRIMEIRASHelena Kolody: a
- Page 25 and 26: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 27 and 28: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 29 and 30: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 31 and 32: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 33 and 34: desenvolvimento da cultura brasilei
- Page 35 and 36: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 37 and 38: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 39: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 43 and 44: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 45 and 46: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 47 and 48: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 49 and 50: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 51 and 52: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 53 and 54: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 55: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 58 and 59: Antonio Donizeti da CruzA única ju
- Page 60 and 61: Antonio Donizeti da Cruzpois, dessa
- Page 62 and 63: Antonio Donizeti da CruzJakobson co
- Page 64 and 65: Antonio Donizeti da Cruz"encantamen
- Page 66 and 67: Antonio Donizeti da Cruzmais difere
- Page 68 and 69: Antonio Donizeti da Cruza imagem co
- Page 71 and 72: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 73 and 74: A comunicabilidade na poesia kolody
- Page 75 and 76: Em “Inquietação”, o sujeito l
- Page 77 and 78: “Exílio” (SR, p. 12) é um exe
- Page 79 and 80: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 81 and 82: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 83 and 84: Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 85 and 86: Chego a pensar, às vezes, comovida
- Page 87 and 88: significado das palavras, além do
- Page 89 and 90: A poesia de Helena Kolody funda-se
- Page 91 and 92:
O poema enquanto presente original
- Page 93 and 94:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 95 and 96:
poético. Percebe-se que a linguage
- Page 97 and 98:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 99 and 100:
A tanka “Sabedoria” (RE, p. 60)
- Page 101 and 102:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 103 and 104:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 105 and 106:
O haicai intitulado “Depois” (R
- Page 107 and 108:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 109 and 110:
Pode-se dizer que a "semente" é me
- Page 111 and 112:
A longa mão feita de sombraE tira
- Page 113 and 114:
Ao calor do interrogar-senuvens ocu
- Page 115 and 116:
dando um tom de irregularidade às
- Page 117 and 118:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 119 and 120:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 121 and 122:
Lembra, sem o querer, numa impress
- Page 123 and 124:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 125 and 126:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 127 and 128:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 129 and 130:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 131 and 132:
CONSIDERAÇÕES FINAISHelena Kolody
- Page 133 and 134:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 135 and 136:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASHelena
- Page 137 and 138:
ATEM, Reinoldo. Panorama da poesia
- Page 139 and 140:
Helena Kolody: a poesia da inquieta
- Page 141 and 142:
JAKOBSON, Roman; POMORSKA, Kristyna
- Page 143:
ANEXOS
- Page 147:
145
- Page 151:
149
- Page 155:
153
- Page 159:
157
- Page 163:
161
- Page 167 and 168:
2PRAÇA RUI BARBOSAQuando a conheci
- Page 169:
3A PRAÇAQuando a conheci, chamava-
- Page 173:
HAIGO171
- Page 177:
175
- Page 181:
179
- Page 185 and 186:
MANEIRAS DE SERHelena KolodyOs que