CAPÍTULO 1PALAVRAS INICIAISA partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980, a <strong>Informática</strong> na Educação passa a ser umassunto presente e crescente em qualquer ambiente <strong>de</strong> pesquisa em ensi<strong>no</strong>. Des<strong>de</strong> osestudos sobre a linguagem <strong>de</strong> programação LOGO, passando pela revolução na edição<strong>de</strong> textos e multimídia até a explosão <strong>da</strong> Internet, discutiu-se os possíveis usos <strong>da</strong><strong>Informática</strong> Educativa, suas vantagens e seus custos.Po<strong>de</strong>-se dizer que quase todos os professores, em qualquer nível <strong>da</strong>Educação brasileira, já ouviram falar que a <strong>Informática</strong> tem vários usos possíveis <strong>no</strong>processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, e que tem um e<strong>no</strong>rme potencial enquanto ferramentaeducacional. Sabemos que alguns utilizam computadores fora <strong>da</strong> sala <strong>de</strong> aula, napreparação <strong>de</strong> textos, provas e em pesquisas escolares, e <strong>de</strong>stes, alguns o utilizam (ou jáo utilizaram) inclusive como recurso didático, fazendo o alu<strong>no</strong> trabalhar diretamentecom o computador, e que outros sequer tiveram acesso a esse tipo <strong>de</strong> máquina. Nestemomento não é fácil, porém, quantificar estes profissionais ou mesmo traçar um perfil<strong>de</strong>les, pois praticamente não existem pesquisas sobre estes professores.Apesar <strong>de</strong> ser comum falar alguns estereótipos, como do professor antigoque tem aversão à (ou medo <strong>da</strong>) <strong>Informática</strong> ou o do professor que tem curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>sobre esta ferramenta, mas não dispõe do tempo necessário para apren<strong>de</strong>r a usá-la, édifícil encontrar <strong>de</strong>scrições sobre o que os professores em geral ou os professores <strong>de</strong><strong>Física</strong> em específico pensam, como agem e o que <strong>de</strong>sejam em relação ao uso <strong>da</strong><strong>Informática</strong> na Educação.Outra idéia bem difundi<strong>da</strong> é aquela em que as escolas particulares, volta<strong>da</strong>sàs classes sócio-econômicas mais privilegia<strong>da</strong>s, fazem uso <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> enquanto asescolas públicas, não. To<strong>da</strong>via, esta é uma idéia que sequer po<strong>de</strong> ser analisa<strong>da</strong> emtermos <strong>de</strong> congruência: os professores <strong>da</strong>s escolas particulares são, em alguns casos, osmesmos <strong>da</strong> escola pública. E, não raro, quando não são os mesmos, os professores <strong>de</strong>escola particular estão mais assoberbados <strong>de</strong> aulas do que os <strong>da</strong> re<strong>de</strong> pública,principalmente aqueles que têm contratos <strong>de</strong> quarenta horas semanais ou <strong>de</strong>dicaçãoexclusiva. Também fica difícil saber se em escolas que têm <strong>de</strong> usar a propagan<strong>da</strong> comoarma para aumentar o número <strong>de</strong> matrículas, o uso <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> não seria apenas maisuma “exigência <strong>de</strong> mercado” e não uma “exigência pe<strong>da</strong>gógica”.
11Pelo teor <strong>de</strong> algumas afirmações encontra<strong>da</strong>s em propagan<strong>da</strong>s tem-se a idéia<strong>de</strong> que o computador é uma máquina “mágica”, e que a simples presença <strong>de</strong>sta “pedrafilosofal” po<strong>de</strong> promover as transformações necessárias na educação. Possivelmentevários professores ain<strong>da</strong> não questionaram essa idéia. Essa mitificação do computadorpo<strong>de</strong> dificultar que sejam <strong>da</strong>dos os passos necessários à plena utilização <strong>da</strong> <strong>Informática</strong>Educativa, já que escon<strong>de</strong> a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se pensar em aquisição <strong>de</strong> softwares,formação dos profissionais, planejamento <strong>de</strong> infra-estrutura e manutenção, e <strong>de</strong> umaa<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> todo o projeto político-pe<strong>da</strong>gógico <strong>da</strong> escola a essa <strong>no</strong>va reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Assim, embora se tenha um “imaginário coletivo” sobre o que os professores querem epensam <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> Educativa, realmente há muito pouca informação concreta sobrequal a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, e isso tanto entre os professores <strong>de</strong> <strong>Física</strong> <strong>de</strong> nível médio e superiorquanto entre os docentes em geral.Outro fator preocupante é a duali<strong>da</strong><strong>de</strong> existente quanto aos aspectos técnicose pe<strong>da</strong>gógicos <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> na Educação. É possível que existam escolas on<strong>de</strong> o po<strong>de</strong>r<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre a aquisição <strong>de</strong> equipamento e software, montagem <strong>de</strong> infra-estrutura eplanejamento <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> utilização e <strong>de</strong> manutenção está centra<strong>da</strong> na mão <strong>de</strong>técnicos que não necessariamente possuem formação na área <strong>da</strong> educação, assim comooutras on<strong>de</strong> não existam profissionais com conhecimento técnico na área <strong>de</strong> <strong>Informática</strong>na profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> necessária para que a tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong> informação seja avalia<strong>da</strong>corretamente, <strong>de</strong> modo a ser traçado um pla<strong>no</strong> que leve em consi<strong>de</strong>ração todo opotencial <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> Educativa. Talvez seja difícil encontrar instituições quepossuam equipes capazes <strong>de</strong> discutir e planejar ambos aspectos <strong>de</strong> uma formaabrangente, crítica e produtiva.É difícil imaginar que na próxima déca<strong>da</strong> os profissionais <strong>de</strong> Educação nãotenham a <strong>Informática</strong> incorpora<strong>da</strong> ao seu cotidia<strong>no</strong>, bem como as escolas não a tenhamcomo uma ferramenta corriqueira. Mesmo nas cama<strong>da</strong>s sociais me<strong>no</strong>s privilegia<strong>da</strong>s, éinconcebível que o ensi<strong>no</strong> médio forme um indivíduo supostamente preparado para omercado <strong>de</strong> trabalho do futuro próximo, sem que este tenha tido pelo me<strong>no</strong>s algumcontato com a utilização <strong>de</strong> computadores. Porém, se esta introdução aparentementeinevitável <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> <strong>no</strong> ambiente escolar, virá acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma transformaçãope<strong>da</strong>gógica (que <strong>no</strong>s leve para longe do conceito <strong>de</strong> que o ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong>ve ser umatransmissão do conhecimento, em direção a uma Educação basea<strong>da</strong> na construção<strong>de</strong>ste), isso não po<strong>de</strong>mos afirmar.
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