68quisesse, fazer o que bem enten<strong>de</strong>sse, e era tudo muito natural aquilo para eles, tantoque eles não entravam gritando, eles, cui<strong>da</strong>vam do material, mas aquilo ali eradisponível. A aula <strong>de</strong>les terminava às três <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>, mas se eles tivessem trabalho parafazer eles podiam ficar fazendo lá <strong>de</strong>ntro. Então eu acho que o oferecimento do recursosó traz benefícios. Na escola, eu não vejo assim. Eu vejo o laboratório, eu passo àsvezes pelo laboratório <strong>de</strong> informática e ele está fechado, porque não tem um bolsistapara acompanhar o alu<strong>no</strong> ali naquele momento. Então não po<strong>de</strong> usar.Quanto ao mobiliário, eu não acho a<strong>de</strong>quado, porque o laboratório <strong>de</strong>informática tem espaço para o computador, ele não tem espaço para fazer uma a<strong>no</strong>tação,para fazer um registro, para girar <strong>no</strong> momento que o professor está <strong>da</strong>ndo umaorientação. Então eu acho que ele é utilizado só para o alu<strong>no</strong> ficar <strong>de</strong> frente para ocomputador. Não é também só por aí, ele tem o computador, mas tem o orientador, aífora.Acho que o que leva esse ambiente a ser assim, só voltado para ocomputador, é aquela idéia <strong>de</strong> que informática é só informática. É só o computador queme interessa ali. É só o manuseio <strong>de</strong>le. E não o manuseio <strong>de</strong>le para outras coisas. Essasala ambiente que a gente está propondo para a escola, que até já veio o recurso, ela éuma sala assim, que tem a parte <strong>de</strong> informática e <strong>no</strong> meio tem banca<strong>da</strong>s móveis, quepo<strong>de</strong>m ser monta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com o que tu queres fazer. E bancos, ca<strong>de</strong>irinha comrodízio. Tanto tu montas grupos, tu po<strong>de</strong>s fazer trabalho em grupo, discutir, redigir ouexperimentar na prática, se tu quiseres, como tu po<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocar as ca<strong>de</strong>iras para asbanca<strong>da</strong>s, que estão na volta, assessorando, aí vais para as banca<strong>da</strong>s, pesquisas o que tuqueres, arrumas o que tu queres, digitas, registras, e voltas para o meio <strong>da</strong> sala. Aí tem oquadro, on<strong>de</strong> o professor po<strong>de</strong> fazer uso do quadro, tu tens o vi<strong>de</strong>ocassete, tu tensretroprojetor, que até a gente está pedindo essas calculadoras gráficas, que são umatec<strong>no</strong>logia bem mais avança<strong>da</strong>. E aí <strong>no</strong> momento que ele está fazendo uma pesquisa equer mostrar ali, como é que tu registras os <strong>da</strong>dos, ele bota uma telinha em cima doretroprojetor e vai projetando lá. Não precisa ficar só restrito ao uso do quadro. Então,ela tem uma multifunção ali. Mas não é puramente informática.Já <strong>no</strong>s laboratórios <strong>de</strong> uso geral, talvez até uma banca<strong>da</strong> melhor para oprofessor, para ele fazer uma simulação, os alu<strong>no</strong>s fazerem registros. Alguns programasestatísticos, para eles fazerem, já terem uma <strong>no</strong>ção <strong>de</strong> um experimentos, sobre <strong>da</strong>dos,levantamento <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, eu acho que teria que ter scanner, porque às vezes tu pe<strong>de</strong>salgum trabalho. Eu acho que o professor <strong>de</strong> informática, ele <strong>de</strong>veria ser mais umprofessor <strong>de</strong> tec<strong>no</strong>logia do que só <strong>de</strong> informática. Ele teria que estar totalmenteintegrado com as disciplinas <strong>da</strong>quele a<strong>no</strong> que ele está trabalhando, para saber o que eletem que abor<strong>da</strong>r mais. O professor <strong>de</strong> informática tem que fazer parte <strong>da</strong>s reuniões,junto. Olha, o que tu vais trabalhar? O que tu vais precisar <strong>de</strong> mim? E aí aju<strong>da</strong>r até amontar alguma coisa com o computador. Porque o professor <strong>de</strong> <strong>Física</strong> não sabe isso aí,quem sabe é o <strong>de</strong> informática. Eu acho que <strong>de</strong>veria haver uma integração maior. Talvezaté um laboratório <strong>de</strong> informática junto, em ca<strong>da</strong> coor<strong>de</strong>nação, para ca<strong>da</strong> disciplina,seria o i<strong>de</strong>al.Ao ser questionado sobre a formação <strong>de</strong> professores para o uso <strong>da</strong>s<strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias na Educação, o entrevistado respon<strong>de</strong>u:Eles não têm. Atualmente, tu não vês quase. Os cursos <strong>de</strong> licenciatura sãototalmente acadêmicos. Determinados conteúdos são vistos <strong>de</strong> cabo a rabo, aquela partedidática, escrevendo <strong>no</strong> quadro, o alu<strong>no</strong> sentando, baixando a cabeça e fazendoexercício. Eu acho que as licenciaturas, com to<strong>da</strong> a urgência, elas têm que se atualizar.É por isso que a Educação não mudou na<strong>da</strong> ain<strong>da</strong>. Depen<strong>de</strong> <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça do professor.
69Então tem que oferecer alguma coisa para ele começar a se <strong>de</strong>sacomo<strong>da</strong>r. No momentoque ele começa a usar, ele fica mais interessado. No momento que o professor começa ausar o computador, aí a troca começa a ser maior. Então eu acho que tem que mu<strong>da</strong>r aslicenciaturas. E o que a gente sabe que não tem sido feito assim, até agora. Osprofessores estão acomo<strong>da</strong>dos. Eu não conheço nenhuma iniciativa para formarprofessores para o uso <strong>da</strong> informática educativa.Ao ser questionado sobre suas expectativas para o futuro <strong>da</strong>informática na Educação e sobre suas impressões gerais sobre o tema, oentrevistado respon<strong>de</strong>u:O que eu acho que está sendo feito equivoca<strong>da</strong>mente é que como elesquerem que tu mu<strong>de</strong>s, tudo mundo quer, os alu<strong>no</strong>s querem, os pais querem, o gover<strong>no</strong>quer. A mu<strong>da</strong>nça está sendo exigi<strong>da</strong> em todos os segmentos. Então, está sendo feitomeio atravessado. Tu tens que correr para te capacitar, mas as instituições não te dãodinheiro para te capacitar, e nem quase tempo nenhum. Porque, o que está acontecendohoje? Tu vais ver que o professor está ca<strong>da</strong> vez trabalhando mais. Se ele não está nainstituição, ele está <strong>da</strong>ndo aula particular, como é o meu caso. Está procurando unsbiquinhos <strong>da</strong>qui e <strong>da</strong>li, para ganhar mais. E aí aquele tempo que tu po<strong>de</strong>rias estar indoatrás <strong>de</strong> um curso, ou indo atrás <strong>de</strong> um congresso, ou alguma coisa, não tem. Então, elesestão fazendo às avessas. Eu não sei se, por exemplo, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> gera a mu<strong>da</strong>nça ouse primeiro tu terias que mu<strong>da</strong>r para <strong>de</strong>pois ver as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Mas que eles tinhamque <strong>da</strong>r mais condições para capacitar os professores e motivá-los a mu<strong>da</strong>r, teriam. Umprofessor que recebesse melhor teria mais tempo para estu<strong>da</strong>r, <strong>de</strong> em casa estar se<strong>de</strong>dicando. Esses dias eu fui jantar com uns colegas e eles começaram a perguntar paramim, por que eu, lá para a escola particular que eu trabalho, eu estava sempreprocurando uma coisa, ou sugerindo outra, e lá para a outra escola também. “Mas o quetu estás ganhando a mais com isso? Qual é o horário que tu fazes isso?” Eu disse: Olha,aqui em casa eu levo muita bronca, porque eu estou sempre <strong>no</strong> computador, estousempre. Se eu tenho uma horinha disponível, já vou ali para o computador. Gasto o meudinheiro, que eu estou pagando Internet minha, porque é <strong>de</strong> madruga<strong>da</strong>, eu vou ali.Estou gastando meu dinheiro, estou per<strong>de</strong>ndo tempo <strong>de</strong> estar com a minha família. Paraquê? É porque eu já senti a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça. Tenho que me atualizar nisso aí,porque eu já vi que esse aí é o caminho. Mas a maioria <strong>da</strong>s pessoas, que já estão assimmais <strong>de</strong>sgostosas, ficam pensando: Mas por quê? Eu já estou tão mal, trabalho tanto,convivo pouco com a minha família, qual é a vantagem que eu tenho <strong>de</strong> conviver me<strong>no</strong>sain<strong>da</strong>? Para quê?Então aí eu acho que vai um pouquinho <strong>da</strong> realização pessoal que a gentequer. Mas que está atravessado, está. Porque as instituições, em parceria por exemplocom o MEC, ou com o Gover<strong>no</strong> do Estado, <strong>de</strong>veriam começar a proporcionar umacapacitação mais mo<strong>de</strong>rna, apresentar vantagens <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia, por exemplo umapesquisa que nem essa que tu vais fazer: ela tem que ficar acessível, que muita gente lê.As pessoas têm que ter acesso, parece que não tem uma organização muito boa. Umapessoa <strong>de</strong>senvolve uma pesquisa <strong>de</strong> mestrado, e ela fica on<strong>de</strong>? Ela tem que estardisponível. Por exemplo, <strong>de</strong>ntro do site <strong>da</strong> instituição que tu trabalhas. Todo mundo quefez mestrado tem que ter as suas pesquisas ali disponíveis para a gente ter acesso. E nãotem aqui. Então se começa já pela própria instituição, por pouquinho que seja,disponibiliza isso, apresenta, divulga, o fula<strong>no</strong> chegou com um mestrado em tec<strong>no</strong>logia,com certeza vai ter gente que vai se interessar. E vai se <strong>de</strong>sacomo<strong>da</strong>r. Então eu acho quetem que ser por aí. A partir <strong>da</strong>s instituições começarem a provocar isso.
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