14contava apenas com um único computador e os únicos softwares didáticos disponíveis,eram aqueles feitos pelos próprios alu<strong>no</strong>s.Em janeiro <strong>de</strong> 1995 terminei o curso <strong>de</strong> Licenciatura em <strong>Física</strong> e emfevereiro <strong>de</strong> 1996, fui <strong>no</strong>meado professor <strong>de</strong> <strong>Física</strong> na ETFPel. Em segui<strong>da</strong>, comoprojeto para passar para o regime <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação exclusiva, produzi mais alguns softwaressimples para <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> fenôme<strong>no</strong>s físicos. O projeto era parte <strong>de</strong> um núcleo <strong>de</strong><strong>Informática</strong> Educativa <strong>da</strong> instituição, mas não houve ações que realmente fizessem comque estes programas fossem disponibilizados a outros professores.Nos a<strong>no</strong>s seguintes, mesmo em uma instituição posteriormente transforma<strong>da</strong>em Centro Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação Tec<strong>no</strong>lógica (CEFET), com vários laboratórios <strong>de</strong><strong>Informática</strong>, todos com acesso à Internet inclusive para uso dos alu<strong>no</strong>s, não tiveconhecimento <strong>de</strong> nenhum professor, <strong>de</strong> <strong>Física</strong> ou <strong>de</strong> outra disciplina, usando a<strong>Informática</strong> como recurso didático. A gran<strong>de</strong> maioria incorporou recursos <strong>de</strong><strong>Informática</strong> em suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cotidianas, para edição <strong>de</strong> textos, pesquisas na web, maseu não fiquei sabendo <strong>de</strong> alguém que os estivesse usando como recurso educacional emsala <strong>de</strong> aula. O uso dos laboratórios <strong>de</strong> informática praticamente restringia-se às aulas <strong>de</strong><strong>Informática</strong> para o ensi<strong>no</strong> médio e para os cursos técnicos <strong>da</strong> instituição, <strong>no</strong>s quais osalu<strong>no</strong>s tinham contato com aplicativos utilizados <strong>no</strong> mercado <strong>de</strong> trabalho, como editor<strong>de</strong> texto e planilha eletrônica. Mesmo eu, entusiasta <strong>da</strong> <strong>Informática</strong>, tendo <strong>de</strong>senvolvidoalguns programas e tido acesso a vários outros softwares <strong>de</strong> diferentes tipos,pouquíssimas vezes utilizei a <strong>Informática</strong> como recurso didático com meus alu<strong>no</strong>s. Porquê?A resposta não é fácil nem óbvia. Seria fácil explicar o porquê <strong>de</strong> umprofessor que não tem acesso aos equipamentos não usar a <strong>Informática</strong> na Educação, ouenten<strong>de</strong>r os motivos que levam um professor que não tenha sequer conhecimentosbásicos <strong>de</strong> <strong>Informática</strong> a ig<strong>no</strong>rar esta tec<strong>no</strong>logia educacional. Mas por que, mesmo emsituações on<strong>de</strong> os professores têm to<strong>da</strong>s ou quase to<strong>da</strong>s as condições necessáriasdisponíveis, a <strong>Informática</strong> não é utiliza<strong>da</strong> como po<strong>de</strong>ria?Tendo ingressado <strong>no</strong> curso <strong>de</strong> Mestrado em Educação e disposto a enten<strong>de</strong>re aju<strong>da</strong>r a mu<strong>da</strong>r essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>cidi abraçar esta questão em minha pesquisa, o queme trouxe ao presente trabalho.
151.2 ObjetivosExistem projetos, governamentais ou privados, que visam difundir o uso <strong>da</strong><strong>Informática</strong> na Educação. Mas será que todos estão realmente preocupados com amelhoria do ensi<strong>no</strong> e <strong>da</strong> aprendizagem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva reformadora <strong>de</strong>produção <strong>de</strong> conhecimento? A mídia televisiva tem <strong>no</strong>s mostrado uma campanha <strong>de</strong>voluntariado para que “to<strong>da</strong>s as escolas tenham computadores”, o que, embora seja umatransformação positiva, po<strong>de</strong> ser uma proposta inócua se não trouxer consigo outrasatitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transformação ou evolução além <strong>da</strong> estrutura física.A gran<strong>de</strong> maioria dos textos que se encontra em publicações especializa<strong>da</strong>se mesmo em jornais e revistas, po<strong>de</strong> ser caracteriza<strong>da</strong> ou como análise histórica,proposta pe<strong>da</strong>gógica ou relato <strong>de</strong> experiência. Algumas trazem algum tipo <strong>de</strong> avaliação<strong>de</strong> experiências didáticas. No caso específico <strong>da</strong>s publicações especializa<strong>da</strong>s em ensi<strong>no</strong><strong>de</strong> <strong>Física</strong>, a maioria dos textos encontrados propõe usos específicos em praticamenteto<strong>da</strong>s as classificações possíveis como simulações, hipertextos, auxiliar emexperimentos <strong>de</strong> laboratório e auto-instrução. Quase na<strong>da</strong> se encontra sobre a maneira<strong>de</strong> implementar a <strong>Informática</strong> <strong>de</strong> uma maneira mais ampla, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um projetopolítico-pe<strong>da</strong>gógico que envolve o próprio ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Física</strong>. (Rosa, 1995)Assim, são raras as publicações que <strong>no</strong>s dão uma visão mais ampla <strong>da</strong>reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong>. Existe pouca literatura que <strong>no</strong>s diga oquanto <strong>no</strong>ssos professores estão utilizando a <strong>Informática</strong> na sua prática, como a estãoutilizando, <strong>de</strong> que maneira gostariam <strong>de</strong> utilizá-la e, caso não a estejam utilizando, quaisos principais motivos que os levam a não utilizar esta.A inserção <strong>da</strong> informática nas escolas é um processo que já foi iniciado, eque, mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>, ten<strong>de</strong>rá a modificar o perfil do processo ensi<strong>no</strong>aprendizagem.Cabe a nós, pesquisadores em Educação e professores, procurar a melhorforma para esta modificação acontecer. Aparentemente na fase atual, em geral ocorrempropostas <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong>sta tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong>ntro do espaço escolar (compreendido nãoapenas como sala <strong>de</strong> aula, mas todo o ambiente on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolvem as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong> e aprendizagem e administrativas) <strong>de</strong> uma maneira atual, transformadora econdizente com as teorias <strong>da</strong> Educação que hoje são aceitas. Além disso, não po<strong>de</strong>mosesquecer <strong>de</strong> que estas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não po<strong>de</strong>m acontecer <strong>de</strong> uma forma simplista e
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