60Assim, minha idéia é que se pense em disponibilizar a informática na escolanão com a criação <strong>de</strong> laboratórios específicos, mas com a implantação <strong>de</strong> computadores<strong>de</strong>ntro do atual espaço <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula. Assim, a utilização <strong>de</strong> um software <strong>de</strong> simulação,por exemplo, não seria um acontecimento extraordinário, mas uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> comum aoensi<strong>no</strong>, como assistir a uma exposição oral do professor ou resolver exercícios. O alu<strong>no</strong><strong>de</strong>ve, <strong>no</strong> caso, ter a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>, <strong>no</strong>s momentos a<strong>de</strong>quados, <strong>de</strong>slocar-se pela sala <strong>de</strong>aula, <strong>de</strong> sua carteira para o computador, ou até mesmo banca<strong>da</strong>s para experimentos ouuma estante <strong>de</strong> livros. Não é sequer necessário um número elevado <strong>de</strong> computadores, jáque não há obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> os alu<strong>no</strong>s usarem-<strong>no</strong>s todos ao mesmo tempo. Três ouquatro computadores já seriam muito úteis nessa perspectiva.Claro que este ambiente <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula informatiza<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> está longe <strong>de</strong>ser fácil <strong>de</strong> implantar na maioria <strong>da</strong>s escolas públicas, já que a sala <strong>de</strong> aula teria <strong>de</strong> sertranca<strong>da</strong> e utiliza<strong>da</strong> pelo me<strong>no</strong>r número possível <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>ntes, para que haja umcontrole dos relativamente frágeis equipamentos <strong>de</strong> elevado valor financeiro. Essasdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, porém, não são impossíveis <strong>de</strong> ser contorna<strong>da</strong>s se realmente houver umcomprometimento por parte <strong>da</strong> direção e gover<strong>no</strong> com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ensi<strong>no</strong>.Finalmente, é importante salientar a posição do professor <strong>de</strong> <strong>Física</strong> nestemomento. As falas dos entrevistados são muitas vezes conflitantes, <strong>de</strong>monstrando aomesmo tempo o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> re<strong>no</strong>var sua prática, transformando o ensi<strong>no</strong> que fazem emdireção a uma pe<strong>da</strong>gogia <strong>de</strong> construção crítica do conhecimento, e o apego a métodos evalores tradicionais. Esta aparente contradição não é difícil <strong>de</strong> ser entendi<strong>da</strong>, já que osprofessores <strong>de</strong> hoje são fruto do próprio sistema educacional ao qual se integraram. Nãose po<strong>de</strong> querer que pessoas que foram estu<strong>da</strong>ntes por quinze a<strong>no</strong>s ou mais apren<strong>de</strong>ndo amemorizar, repetir e reproduzir tornem-se professores com uma prática totalmentediferente disso em alguns a<strong>no</strong>s.Mesmo aqueles que pensam, discutem e estu<strong>da</strong>m a educação em umparadigma <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> conhecimento, dificilmente tiveram experiências concretasem sala <strong>de</strong> aula sob esta ótica. Assim, não é <strong>de</strong> se estranhar que queiram ser i<strong>no</strong>vadoresmas sejam na maioria do tempo tradicionais. Ninguém lhes disse ou vai lhes dizer comoexatamente <strong>de</strong>vem trabalhar, passo a passo. Esta transformação <strong>de</strong>ve ocorrergradualmente, ao longo <strong>da</strong> prática educativa reflexiva e crítica. Inclusive é por isso queuso o termo transformação e não mu<strong>da</strong>nça: mu<strong>da</strong>nça dá a idéia <strong>de</strong> uma modificação
61radical, on<strong>de</strong> um sistema é <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> lado e substituído por outro; já transformação<strong>de</strong><strong>no</strong>ta um processo construído ao longo do tempo.Sei que este trabalho provocou em mim uma transformação: não sou mais oprofessor e o pesquisador que era ao iniciá-lo. Minha visão <strong>da</strong> prática docente não émais basea<strong>da</strong> <strong>no</strong>s mesmos conceitos que antes, e embora não seja radicalmentediferente, não é mais a mesma. Espero que seja melhor hoje, assim como espero que <strong>no</strong>futuro seja melhor do que neste momento. A <strong>no</strong>ção que hoje tenho sobre o uso <strong>da</strong>informática e <strong>de</strong> outros recursos para as minhas aulas <strong>de</strong> <strong>Física</strong> é bem mais amadureci<strong>da</strong>do que há dois a<strong>no</strong>s atrás. Tenho consciência <strong>de</strong> alguns pontos que antes ig<strong>no</strong>rava,como o fato <strong>de</strong> que a presença do computador <strong>no</strong> ambiente escolar é apenas o primeiropasso para uma mu<strong>da</strong>nça na educação auxilia<strong>da</strong> pelas <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias, e anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> todo professor manter-se em constante processo <strong>de</strong> aprendizado. Não seiao certo se este amadurecimento irá refletir-se um uma mu<strong>da</strong>nça visível e imediata emminhas ações, já que também me consi<strong>de</strong>ro envolvido <strong>no</strong> paradoxo <strong>de</strong> querer uma <strong>no</strong>vaEducação tendo sido criado na “velha”, mas sei que fiquei com o germe <strong>de</strong>ssatransformação. Se o leitor sentir que causei ou fortaleci essa semente <strong>de</strong> transformaçãonele, então esta pesquisa e este trabalho terão valido a pena.A principal dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> que encontrei ao realizar esta pesquisa foi naprocura <strong>de</strong> informações relativas à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> Educativa em sala <strong>de</strong> aulado ensi<strong>no</strong> médio, já que não são comuns textos com essas informações. Também sentique faltou ter encontrado uma teoria <strong>de</strong> educação que eu pu<strong>de</strong>sse aplicar ao tema, sendoesse fato fun<strong>da</strong>mental para a opção por um trabalho mais empírico do que teórico.Assim, ele po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r alguma colaboração a futuras pesquisas que busquem umaabor<strong>da</strong>gem mais teórica dos aspectos relativos a este tema, ou a estudos exploratóriosquantitativos que procurem <strong>da</strong>dos mais amplos e que possibilitem alguma possívelgeneralização. Desta forma, com a realização <strong>de</strong> pesquisas que complementem-se entresi, <strong>no</strong>ssa compreensão sobre o uso <strong>da</strong> informática <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Física</strong> po<strong>de</strong> ser maiscompleta, abrangente e profun<strong>da</strong>.
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