50Ele frisa a importância <strong>de</strong>sta atualização em vista <strong>da</strong> concorrência domercado <strong>de</strong> trabalho, on<strong>de</strong> a competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é um fator motivador para que o professorse aprimore e busque o <strong>no</strong>vo. Segundo ele, a perspectiva atual <strong>da</strong> educação nãocomporta mais o professor que se dê por satisfeito com o conhecimento que adquiriu emsua formação acadêmica e não busque uma atualização contínua. E a informática, nessecaso, é uma ferramenta útil nessa busca por atualização:“... sempre que tem uma concorrência a gente tem que se superar paraestar sempre lado a lado ali, senão o que vem <strong>de</strong> trás, vem te <strong>de</strong>vorando. Eusou sempre <strong>de</strong>ssa idéia, estou procurando sempre estu<strong>da</strong>r para sempreprocurar estar <strong>no</strong> nível. <strong>Física</strong> é uma coisa que ca<strong>da</strong> dia aparece algumacoisa <strong>no</strong>va. <strong>Física</strong>, Biologia, Química, a ca<strong>da</strong> dia a gente tem uma criação<strong>no</strong>va, um invento <strong>no</strong>vo, e os fenôme<strong>no</strong>s po<strong>de</strong>m ser os mesmos que estãoaparecendo ali, mas tem que se analisar porque que está acontecendo essefenôme<strong>no</strong> aqui, então a gente tem que ler sempre, estar sempre a par do queestá acontecendo, <strong>no</strong> mundo inteiro, a globalização que já vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> arevolução francesa, e a gente tem que estar a par disso. Porque se tu nãoestá a par disso, <strong>da</strong>qui a pouco vem um outro aí, que está mais a par do quetu e vais começar a per<strong>de</strong>r caminho. E a informática, ao invés <strong>de</strong> ser o meuinimigo, é o meu aju<strong>da</strong>nte, o meu parceiro.” (Prof. 6)Essa pressão para que o professor se atualize <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, além do mercado <strong>de</strong>trabalho, <strong>da</strong> posição <strong>da</strong> direção <strong>da</strong> escola sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> transformação. Umadireção po<strong>de</strong> tanto apoiar ativamente a mu<strong>da</strong>nça na prática pe<strong>da</strong>gógica dos professores,como exigir que esta prática continue conforme a tradição <strong>da</strong> escola. Segundo oprofessor 1, esta pressão pela transformação é mais forte na escola particular:“Eu acho que uma direção comprometi<strong>da</strong> com uma melhoria é que vaiforçar, é o que eu tava te dizendo, nessa escola particular que eu sei, eleestá meio que forçando a coisa, ele obriga. Olha, o programa é tal, mas tutens que me apresentar um terço <strong>da</strong>s aulas na informática. Po<strong>de</strong> sair umaporcaria, mas <strong>de</strong>pois ele vai melhorar. Para alguma coisa vai servir, oprofessor vai sentir que está ficando ultrapassado. Que as coisas estãomu<strong>da</strong>ndo.” (Prof. 1)Esta aparente incompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre a necessária atualização e a eleva<strong>da</strong>carga horária à qual muitos professores estão submetidos não tem uma solução fácil. Oprofessor 2 e o professor 6 criticam a falta <strong>de</strong> incentivo e as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s que osprofessores estaduais enfrentam caso queiram fazer algum curso visando a preparaçãopara o uso <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> na Educação:“Se eu tiver que fazer algum curso, eu não posso sair, eles não liberamcomo a escola libera aqui o professor para fazer um curso <strong>de</strong>
51especialização, o Estado não libera. Se eu tiver que fazer um curso <strong>de</strong>mestrado, ou <strong>de</strong> especialização, alguma coisa, eu tenho que trabalhar junto<strong>no</strong> colégio. Eu não posso faltar. Eles não liberam. Se dissessem “Olha,agora esse professor vai ficar com me<strong>no</strong>s aulas, ou com nenhuma aula”,como tem casos em outros lugares, para fazer um curso. Mas não temchance. O estado não libera.” (Prof. 2)“sei que <strong>no</strong> a<strong>no</strong> passado o Estado fez um curso <strong>de</strong> preparação, mas muitofraco. Muito, muito fraco. Foi o básico do básico. Para o professorapren<strong>de</strong>r a manusear o computador. E a gente tinha que pegar a dispensapara ir, tinha que pagar as aulas <strong>de</strong>pois. A gente não tinha o horário parafazer assim, por livre. Não tinha facili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Se tu <strong>de</strong>ixares <strong>de</strong> ir à aula, tuvais ter que <strong>da</strong>r aula <strong>no</strong>s sábados. Então tinha esse peque<strong>no</strong> porém.” (Prof.6)Este problema está intimamente ligado à <strong>de</strong>ficiência <strong>no</strong> quadro <strong>de</strong>professores. Havendo uma maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> professores para aten<strong>de</strong>r a mesma<strong>de</strong>man<strong>da</strong>, fica mais fácil a execução <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> qualificação, seja <strong>no</strong> uso <strong>de</strong><strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias, ou em qualquer outra área <strong>da</strong> Educação. O aumento do número <strong>de</strong>professores inclusive tornaria mais viável a própria prática <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula usandocomputadores, já que ca<strong>da</strong> professor po<strong>de</strong>ria trabalhar com me<strong>no</strong>s alu<strong>no</strong>s.Isto, porém, para ser implantado, precisa partir <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong>qualificação <strong>da</strong> educação que ponha a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ensi<strong>no</strong> em primeiro pla<strong>no</strong>. Trata-se<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> ações inter-relaciona<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> valorização financeira e pe<strong>da</strong>gógica doprofessor, do processo <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>, <strong>da</strong> infra-estrutura <strong>da</strong>s escolas, <strong>de</strong> qualificação doquadro técnico. Enfim, <strong>da</strong> profissionalização <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> educacional.O professor 3 fala sobre isso:“a primeira coisa que teria que ter é computador. E a segun<strong>da</strong> coisa, talvez,é um maior número <strong>de</strong> professores. Para ter uma orientação mais direta. Doprofessor <strong>de</strong> <strong>Física</strong>, porque colocar trinta e cinco alu<strong>no</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma sala<strong>de</strong> aula para um professor... Então to<strong>da</strong> a <strong>no</strong>ssa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que está ain<strong>da</strong>muito aquém do que se espera, do que se sonha. E acho que vamos chegarlá. Um dia vamos chegar lá. Vai ser um sucesso, um sucesso total. À medi<strong>da</strong>que se colocar computadores, vai precisar <strong>de</strong> um número maior <strong>de</strong>professores. O professor nunca vai ser substituído por computador. Tu vaisprecisar <strong>de</strong> um maior número <strong>de</strong> professores <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> sala <strong>de</strong> aula paraorientar esses alu<strong>no</strong>s. Porque tu gastas milhões aí, e aí tu vai largar na mão<strong>de</strong>les para eles fazerem joguinhos, brincar e editar textos. E um professor lápara fazer isso? Não, vamos colocar mais gente para trabalhar, <strong>da</strong>remprego para esse pessoal que está <strong>de</strong>sempregado e ensinar, aten<strong>de</strong>rmelhor o <strong>no</strong>sso jovem.” (Prof. 3)Ele <strong>de</strong>monstra esperança <strong>no</strong> futuro <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> Educativa. Inclusive, eleexpressa uma opinião sobre o futuro do papel do professor. Este tópico po<strong>de</strong> ser
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