26tec<strong>no</strong>logia educacional, tanto por supervalorização <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> quanto pela suarejeição, acentuou a distância entre o grupo pesquisado e o restante <strong>da</strong> escola. Apesardisso, o autor acredita que este distanciamento <strong>de</strong>ve-se mais à “incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> dosprofessores <strong>de</strong> superar as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s provoca<strong>da</strong>s pela forma pouco participativa <strong>de</strong>inserção <strong>de</strong>sta tec<strong>no</strong>logia <strong>no</strong> âmbito escolar”. (p.162)Segundo o autor, estes professores, apesar <strong>de</strong> terem feito curso <strong>de</strong>qualificação, não se sentem em condições <strong>de</strong> trabalhar com <strong>Informática</strong> Educativa.Assim, sugere “repensar este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> multiplicadores, já que aformação inicial e a formação continua<strong>da</strong> são momentos distintos” (p. 163). Outro fator<strong>de</strong>tectado por Oliveira foi a predominância do uso do LOGO na inserção <strong>de</strong> <strong>Informática</strong><strong>no</strong> ensi<strong>no</strong>, o que ele credita à falta <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> diferentes maneiras <strong>de</strong> utilizá-la,causa<strong>da</strong> pela inexistência <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> atualização, frente a <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias.Um fator que po<strong>de</strong> ter prejudicado bastante a disseminação doscomputadores na Educação foi a lei <strong>da</strong> Reserva <strong>de</strong> Mercado, que restringia a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong>tec<strong>no</strong>logia estrangeira <strong>no</strong> Brasil <strong>no</strong> final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980 e início <strong>da</strong> <strong>de</strong> 1990.Sabi<strong>da</strong>mente, neste período, a compra <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> <strong>Informática</strong> era difícil, poisos equipamentos disponíveis eram caros e muitos ditos fabricantes nacionais eramfacha<strong>da</strong>s para montadoras <strong>de</strong> computadores feitos <strong>de</strong> peças contraban<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s, o quedificultava a compra por parte <strong>da</strong>s instituições públicas. Porém, na literatura consulta<strong>da</strong>para este trabalho não foram encontra<strong>da</strong>s referências a essa política ou a suasconseqüências <strong>no</strong> âmbito educacional.Se compararmos a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ou duas déca<strong>da</strong>s atrás com a atual,<strong>no</strong>tamos um aumento significativo na parcela <strong>da</strong> população brasileira que tem contatocom a <strong>Informática</strong> e com os recursos ligados à internet. Esta diferença, entretanto, nãofoi encontra<strong>da</strong> explicitamente na bibliografia consulta<strong>da</strong>. Apesar disso, não po<strong>de</strong>mosig<strong>no</strong>rar que a web, o e-mail e as aplicações multimídia fazem parte, direta ouindiretamente, <strong>de</strong> boa parte <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssas relações sociais, e que, portanto, mais do queconsi<strong>de</strong>rar o seu potencial didático-pe<strong>da</strong>gógico, tais recursos não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>ixados <strong>de</strong>fora <strong>da</strong> Educação e <strong>de</strong> qualquer análise <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> educacional atual.
272.2 <strong>Informática</strong> na EducaçãoCysneiros (2000) caracteriza Tec<strong>no</strong>logia Educacional como algum tipo <strong>de</strong>objeto ou material que seja relacionado com a praxis educativa e com seus sujeitos.Também diferencia a tec<strong>no</strong>logia <strong>da</strong> técnica, on<strong>de</strong> a segun<strong>da</strong> é <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> com e parao uso <strong>da</strong> primeira. Já Chaves (2002) prefere o termo Tec<strong>no</strong>logia na Educação parareferir-se a recursos como o computador, pois consi<strong>de</strong>ra que Tec<strong>no</strong>logia Educacional dáa enten<strong>de</strong>r que se trata <strong>de</strong> uma tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> especificamente para aEducação, enquanto o primeiro termo sugere que foi uma tec<strong>no</strong>logia inventa<strong>da</strong> paraoutras finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Ele frisa que, apesar <strong>de</strong>sse termo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>signar qualquer tec<strong>no</strong>logia<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fala, a escrita, a imprensa, giz e quadro-negro, quando ele é usado pensa-seimediatamente <strong>no</strong> computador, por ser esse recurso um ponto <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong> to<strong>da</strong>sas outras tec<strong>no</strong>logias.Nenhuma tec<strong>no</strong>logia é neutra, conforme Cysneiros (2000), mexendo com oespaço físico, com as relações entre as pessoas. O impacto <strong>da</strong> inserção <strong>de</strong> uma <strong>no</strong>vatec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ambiente preexistente, com suas relações complexasconstruí<strong>da</strong>s historicamente, não po<strong>de</strong> ser analisado simplesmente sobrepondo-a aoambiente. As relações se modificam, outras são cria<strong>da</strong>s, e a tec<strong>no</strong>logia <strong>no</strong>va modifica oambiente <strong>de</strong> maneira profun<strong>da</strong>. A própria entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>como um fenôme<strong>no</strong> social, fruto <strong>de</strong> relações humanas com raízes históricas.Cysneiros (op. Cit.) diz que a tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong> <strong>Informática</strong>, ao entrar na escola,nem sempre é feita <strong>de</strong> maneira correta. As máquinas são coloca<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro do ambienteescolar sem uma discussão do projeto entre os que “fazem a escola”. Em geral umtécnico exter<strong>no</strong> ou alguém <strong>da</strong> escola é incumbido <strong>da</strong> tarefa <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar o espaço para acolocação <strong>de</strong> equipamentos. Normalmente essa a<strong>de</strong>quação é um tipo <strong>de</strong> improvisação,tornando os ambientes ina<strong>de</strong>quados. Ele cita que muitas salas <strong>de</strong> aula recém-construí<strong>da</strong>stêm apenas uma toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> energia elétrica em um ponto ina<strong>de</strong>quado <strong>da</strong> sala, o quedificulta plugar e usar qualquer aparelho elétrico.Quanto ao espaço físico específico para computadores na escola, o autor citaque o que se encontra são ambientes com mobiliário ina<strong>de</strong>quado, em geral mesas frágeise a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s apenas para uso em escritórios ou doméstico. Quanto à disposição domobiliário, também é difícil encontrar um espaço que permita aos alu<strong>no</strong>s manusear o
- Page 3 and 4: RAFAEL OTTO COELHOO Uso da Informá
- Page 5 and 6: AGRADECIMENTOSAo Bernardo, pela ded
- Page 7 and 8: RESUMOA Informática Educativa cada
- Page 9 and 10: INTRODUÇÃOA Educação passa por
- Page 11 and 12: 11Pelo teor de algumas afirmações
- Page 13 and 14: 131.1 Um pouco de minha históriaNe
- Page 15 and 16: 151.2 ObjetivosExistem projetos, go
- Page 17 and 18: 17Assim, ao realizar esta pesquisa
- Page 19 and 20: 19Por estes textos, o projeto EDUCO
- Page 21 and 22: computador, se a concepção de ens
- Page 23 and 24: 23Valente explica que o problema da
- Page 25: 25Outro aspecto importante em rela
- Page 29 and 30: 29um equilíbrio entre estes aspect
- Page 31 and 32: 31“...o simples uso do computador
- Page 33 and 34: 332.3 Os possíveis usos do computa
- Page 35 and 36: 35Tratando especificamente da aplic
- Page 37 and 38: 37Dimensão 1 - Objetivos do softwa
- Page 39 and 40: 39equações. Neste caso, o computa
- Page 41 and 42: CAPÍTULO 3A INVESTIGAÇÃOA crise
- Page 43 and 44: 43formação de professores, polít
- Page 45 and 46: 453.2 A centralização do poderUma
- Page 47 and 48: 47monitores de informática (quando
- Page 49 and 50: 49“E em alguns casos a gente sabe
- Page 51 and 52: 51especialização, o Estado não l
- Page 53 and 54: perenes para o seu fazer didático.
- Page 55 and 56: 55montado um projeto de informatiza
- Page 57 and 58: CAPÍTULO 4CONCLUSÕES E COMENTÁRI
- Page 59 and 60: 59professores qualifiquem-se na ár
- Page 61 and 62: 61radical, onde um sistema é deixa
- Page 63 and 64: 63MONTARROYOS, Erivaldo e MAGNO, Wi
- Page 65 and 66: ANEXO 1 - ENTREVISTA COM O PROFESSO
- Page 67 and 68: 67Tu darias uma gama de oportunidad
- Page 69 and 70: 69Então tem que oferecer alguma co
- Page 71 and 72: estava fazendo, o que o outro estav
- Page 73 and 74: 73fazer pesquisa, que eles pudessem
- Page 75 and 76: trabalhar com o aluno mas tem dentr
- Page 77 and 78:
criassem essas coisas, porque o com
- Page 79 and 80:
79como, então uma mesa para impres
- Page 81 and 82:
81ANEXO 4 - ENTREVISTA COM O PROFES
- Page 83 and 84:
83rede, um trabalho a princípio pa
- Page 85 and 86:
85interessante, tanto para os aluno
- Page 87 and 88:
87professores da UCPel, montamos o
- Page 89 and 90:
Além do uso da Internet, eu tenho
- Page 91 and 92:
91aqui para nós se complicaram, po
- Page 93 and 94:
daquilo. Mas eles nem entram num si
- Page 95 and 96:
usar um código, uma senha para ent
- Page 97 and 98:
97O próprio aluno que fez o progra
- Page 99 and 100:
99Ao ser questionado sobre a forma
- Page 101:
101se eles podem fazer remanejo, qu