gover<strong>no</strong> também aparelhasse, que lá <strong>no</strong> meu colégio a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> é assim, ó, nós nãotemos nem laboratório <strong>de</strong> <strong>Física</strong> para trabalhar. Tem uma peça que dizem que é olaboratório, mas não tem na<strong>da</strong> lá <strong>de</strong>ntro. Então, quando se quer fazer alguma coisa, temque o alu<strong>no</strong> trazer <strong>de</strong> casa, eu comprar material, e levar para eles verem, pelo me<strong>no</strong>spara ter algum acesso. Porque não tem na<strong>da</strong>. Então, em primeiro lugar, ter umlaboratório equipado, ter um laboratório <strong>de</strong> informática <strong>de</strong>ntro do colégio para que agente possa trabalhar. Sem na<strong>da</strong>, como é que eu vou trabalhar? É como se diz, como dizo velho ditado do professor. Porque não tem nem laboratório. Não tem laboratório.Na<strong>da</strong>. Já foi pedido, já foi implorado, e não botaram, o gover<strong>no</strong> não tem verba para isso.Agora, para outras coisas, para fazer propagan<strong>da</strong> na televisão eles têm verba, pintam natelevisão com um discurso maravilhoso, e aí quando chega na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, vai lá ver <strong>no</strong>meu colégio. Foi pedido já laboratório, implorado laboratório, não tem um aparelho<strong>de</strong>ntro do laboratório, na<strong>da</strong>, uma agulha, um termômetro, não tem. Então, a questão é aserie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos gover<strong>no</strong>s. Ou fazem com serie<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou então parem <strong>de</strong> <strong>de</strong>magogia. Dedizer que o ensi<strong>no</strong> é priori<strong>da</strong><strong>de</strong>. É uma coisa que revolta até. Então, eu já não acreditomais. Então, o que eu acho que <strong>de</strong>veria ser feito? Serie<strong>da</strong><strong>de</strong> na coisa. Informação paraos professores, montar as escolas, instruir os professores, <strong>da</strong>r cursos para os professores,que o estado não dá cursos para os professores. Se eu tiver que fazer algum curso, eunão posso sair, eles não liberam como a escola libera aqui o professor para fazer umcurso <strong>de</strong> especialização, o estado não libera. Se eu tiver que fazer um curso <strong>de</strong> mestrado,ou <strong>de</strong> especialização, alguma coisa, eu tenho que trabalhar junto <strong>no</strong> colégio. Eu nãoposso faltar. Eles não liberam. Se dissessem “Olha, agora esse professor vai ficar comme<strong>no</strong>s aulas, ou com nenhuma aula”, como tem casos em outros lugares, para fazer umcurso. Mas não tem chance. O estado não libera.Tem que aparelhar as escolas. Trabalhar com serie<strong>da</strong><strong>de</strong> na Educação. Darcursos <strong>de</strong> aperfeiçoamento para os professores, mas não é curso com o professortrabalhando junto, que tu não consegues fazer nem uma coisa nem outra. Ele <strong>de</strong>veriamliberar o professor. Existem cursos <strong>de</strong> especialização. Não é que não existam cursos.Existem. Mas como é que eu vou fazer um curso <strong>de</strong> especialização se eu tenho quetrabalhar, vinte horas corri<strong>da</strong>s <strong>no</strong> estado, e mais quarenta <strong>no</strong>utro lugar para po<strong>de</strong>rsobreviver, porque com o dinheiro do estado tu não consegues sobreviver. Eu mesmo, aminha reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, eu trabalho quarenta horas aqui e vinte <strong>no</strong> estado. Eu trabalho sessentahoras por semana. Qual é o tempo que eu tenho para fazer curso <strong>de</strong> especialização? Essaé a <strong>no</strong>ssa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não tem tempo. E se ain<strong>da</strong>, por exemplo, dissessem assim “bom,agora esse a<strong>no</strong> o estado vai te liberar” eu pegava essas vinte horas e fazia um curso.Não, mas não po<strong>de</strong>. Não liberam. É assim.Quanto ao valor <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> na Educação, o uso com alu<strong>no</strong>s eu não seiporque não conheço, mas o uso que eu faço do computador é extremamente positivo.Hoje eu não saberia mais trabalhar se não fosse com o computador. Em todos ossentidos. Inclusive até para preparar prova para o alu<strong>no</strong>, preparar trabalho, tudo isso.Porque eu vivo em função do computador.Não me imagi<strong>no</strong> mais usando um mimeógrafo. Nem pensar. Isso aí já estáobsoleto. Mas eu tenho isso aí, mas eu tenho colegas minhas que ain<strong>da</strong> trabalham commimeógrafo, que não têm acesso, tem professores <strong>de</strong>ntro do colégio que não têm acessoao computador, que nunca mexeram com computador, que não sabem como é. E não épor não ter acesso a computador. Tem o computador <strong>no</strong> colégio, lá, para os professores,mas tu não vês eles mexerem, eles ain<strong>da</strong> usam... Alguns. Ain<strong>da</strong> existe isso aí. Acho queé uma falta <strong>de</strong> interesse do profissional. Porque hoje em dia tu tens que ter, tens quesaber te virar. “Ah, eu não sei digitar, eu não sei mexer nisso aí”. Ah, mas aí vaiprocurar te atualizar e fazer. Embora tu não tenhas acesso como laboratório para74
trabalhar com o alu<strong>no</strong> mas tem <strong>de</strong>ntro do colégio tem um micro para os professores, lá.E está disponível. Está lá <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> sala dos professores. Tu chegas ali e trabalha comele. Mas acontece que às vezes tu chegas, o tempo, tu chegas já para a tua aula. Eu façotudo aqui. Eu não levo na<strong>da</strong> para fazer lá. Eu levo tudo pronto <strong>da</strong>qui.Eu espero que essas <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias possam aju<strong>da</strong>r, auxiliar <strong>no</strong> futuro, eque todos, para que aconteça isso, todos tenham acesso. Não adianta tu teres e a maiorianão ter. Aí todos teriam que ter acesso a isso aí. Realmente é um avanço, é uma coisafantástica, só que eu acho que tem quer <strong>da</strong>r acesso a todos. Senão não adianta.Mas isso é para muito longo prazo. Para todos estarem aparelhados, todoscom acesso, muito longo prazo. Com certeza. Acho que <strong>no</strong> futuro vai chegar um pontoque todos vão ter acesso. Ou a gran<strong>de</strong> maioria. Mas por enquanto a coisa está muitolenta. Principalmente <strong>no</strong>s colégios do estado. Nos particulares parece que já temlaboratório <strong>de</strong> informática, o alu<strong>no</strong> vai para lá e trabalha junto com o professor. Masentre os colégios do estado, se tiver algum aqui em Pelotas que tiver laboratório, é umarari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não sei <strong>de</strong> nenhum que tenha recebido laboratório.A informática vai te auxiliar, e acho que já mudou a mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>spessoas. Tem muita coisa que tu não fazes sem estar baseado na parte <strong>de</strong> computação.Eu acho que mu<strong>da</strong>, que reformula, que tu te atualizas, que se tu continuares usando ele,tu vais continuar sempre te atualizando, e conseqüentemente vais mu<strong>da</strong>r a tua maneira<strong>de</strong> pensar. Tem muita coisa que mu<strong>da</strong>. Tu tendo acesso a mais informação, claro que tuvais mu<strong>da</strong>ndo a tua maneira <strong>de</strong> pensar, tu não vais comparar o que tu pensavas há <strong>de</strong>za<strong>no</strong>s atrás com o que tu pensas agora. Então isso aí tudo é reformulação, étransformação. Em termos pe<strong>da</strong>gógicos também, com certeza. É muito mais fácil tuapren<strong>de</strong>res olhando, do que apren<strong>de</strong>r ouvindo, ou tentando estu<strong>da</strong>r sozinho. Se tu vês acoisa funcionar, tu consegues gravar mais do que só olhar e ler. E a <strong>Física</strong>, <strong>no</strong> meumodo <strong>de</strong> pensar, eu sei que a <strong>Física</strong> se baseia na matemática, para medir fenôme<strong>no</strong>s,aquelas coisas to<strong>da</strong>s, mas o Ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Física</strong> <strong>de</strong>veria sair <strong>de</strong> cima dos cálculos <strong>da</strong>matemática. Ele <strong>de</strong>veria trabalhar especificamente como funciona o fenôme<strong>no</strong>, mas paraisso o alu<strong>no</strong> precisa enxergar, precisa ver. Para isso a escola tem que ter laboratório, temque ter gente especializa<strong>da</strong> para trabalhar <strong>no</strong>s laboratórios, tem que ter laboratórios <strong>de</strong>informática montados para que o alu<strong>no</strong> possa mexer <strong>no</strong> computador e enxergar a coisafuncionando.Acho que é isso aí. Se a gente conseguisse apoio, porque queira ou nãoqueira, o ensi<strong>no</strong> público está ligado a gover<strong>no</strong>s. E à boa vonta<strong>de</strong> dos gover<strong>no</strong>s. Boavonta<strong>de</strong> que eu falo é a verba. Então se realmente tivesse uma priori<strong>da</strong><strong>de</strong> para aEducação, nós sairíamos do buraco. Com certeza. Mas tem que ser uma coisa séria. Nãoadianta dizer assim “ah, se eu me eleger, a Educação...”, e aí chega na hora, o professoré escrachado, o professor é mal valorizado. Nós formamos médicos, nós formamosqualquer outro tipo <strong>de</strong> técnico. Quem é que forma? É o professor. E todos eles saem eganham mais do que a gente. Então precisa mu<strong>da</strong>r essa mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>, eu acho. Quem éque tem que ser melhor pago? O professor. É ele que dá a base para tudo. Monitorar asescolas, criar espaços para que os alu<strong>no</strong>s possam pesquisar, laboratórios <strong>de</strong> informática,laboratórios <strong>de</strong> informática <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s escolas, garanto que as coisas mu<strong>da</strong>riam <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong>sse país.75
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