22escola <strong>de</strong>u-se com o objetivo, não <strong>de</strong> promover uma transformação pe<strong>da</strong>gógica, mas <strong>de</strong>preparar o alu<strong>no</strong> para o uso <strong>da</strong>s tec<strong>no</strong>logias <strong>da</strong> <strong>Informática</strong>. Posteriormente, houve acriação <strong>de</strong> bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos digitais e a sua colocação à disposição dos estu<strong>da</strong>ntesjuntamente com ferramentas para a realização <strong>de</strong> experimentos <strong>no</strong> espaço escolar.Mesmo assim, não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar uma transformação pe<strong>da</strong>gógica significativa,advin<strong>da</strong> simplesmente <strong>da</strong> implantação e uso <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> na Educação. Po<strong>de</strong>-seressaltar que na França houve uma preocupação com a formação <strong>de</strong> professores, pormeio <strong>de</strong> treinamentos remunerados a partir <strong>de</strong> 1985.Também na França, assim como <strong>no</strong>s Estados Unidos, Valente ressalta queas poucas transformações pe<strong>da</strong>gógicas ocorri<strong>da</strong>s por intermédio <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> nãoforam planeja<strong>da</strong>s, mas aconteceram naturalmente pela interação do processo educativocom as próprias características <strong>da</strong> <strong>Informática</strong>, mais especificamente <strong>da</strong> internet, como apropensão à multidisciplinari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Um ponto interessante é que na França hoje em diahá uma tendência a que sejam usados computadores portáteis, <strong>de</strong> modo a reduzir oespaço físico ocupado pelos computadores, terminando com a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> “sala <strong>de</strong><strong>Informática</strong>” e incorporando o computador ao ambiente <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>, e não o contrário.Relacionando a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> na Educação <strong>no</strong>Brasil com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong>s Estados Unidos e na França, Valente cita três principaisdiferenças:1) A questão <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s políticas. O mo<strong>de</strong>lo brasileiro não é,como o francês, baseado apenas em políticas governamentais, nem como o america<strong>no</strong>,on<strong>de</strong> o mercado é a maior influência à entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> na Educação, masbaseado na auto<strong>no</strong>mia dos centros <strong>de</strong> pesquisa e escolas quanto à implantação <strong>da</strong><strong>Informática</strong>.2) No Brasil as políticas <strong>de</strong> implantação <strong>da</strong> <strong>Informática</strong> na Educaçãobaseiam-se em experiências e em pesquisa, situa<strong>da</strong>s principalmente <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> médio,enquanto <strong>no</strong>s Estados Unidos e na França não há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que propostas sejambasea<strong>da</strong>s em pesquisas.3) O computador <strong>no</strong> processo educacional brasileiro visa provocartransformações pe<strong>da</strong>gógicas, ao invés <strong>de</strong> automatizar o ensi<strong>no</strong> ou simplesmentepreparar o alu<strong>no</strong> para trabalhar com computadores.
23Valente explica que o problema <strong>da</strong> pobre disseminação <strong>da</strong>s transformaçõespe<strong>da</strong>gógicas propostas (e alcança<strong>da</strong>s em algumas experiências) é o fato <strong>de</strong> que foisubestima<strong>da</strong> a modificação na organização <strong>da</strong> escola, <strong>da</strong> sala <strong>de</strong> aula e <strong>da</strong> relação alu<strong>no</strong>professor-conhecimento.Ele diz que “A sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser o lugar <strong>da</strong>s carteirasenfileira<strong>da</strong>s para se tornar um local em que o professor e os alu<strong>no</strong>s po<strong>de</strong>m realizar umtrabalho diversificado em relação a conhecimento e interesse.” (Valente, 1997). Outrofato interessante citado pelo autor é que“O processo <strong>de</strong> repensar a escola e preparar o professor para atuar nessaescola transforma<strong>da</strong> está acontecendo <strong>de</strong> maneira mais marcante <strong>no</strong>ssistemas públicos <strong>de</strong> Educação, especialmente os sistemas municipais. Nasescolas particulares o investimento na formação do professor ain<strong>da</strong> não éuma reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nessas escolas a <strong>Informática</strong> está sendo implanta<strong>da</strong> <strong>no</strong>smesmos mol<strong>de</strong>s do sistema educacional dos Estados Unidos <strong>no</strong> qual ocomputador é usado para minimizar o analfabetismo computacional dosalu<strong>no</strong>s ou automatizar os processos <strong>de</strong> transmissão <strong>da</strong> informação.”(Valente, 1997)Ele ain<strong>da</strong> critica os cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores em <strong>Informática</strong> naEducação, dizendo que estes cursos, em sua maioria, são realizados fora do ambiente <strong>de</strong>trabalho do professor, e por isso <strong>de</strong>scontextualizados <strong>da</strong> prática docente. Desta forma,não há formação <strong>de</strong> um ambiente físico ou profissional para que alguma transformaçãose dê na escola e, em alguns casos, esse ambiente chega a ser hostil à mu<strong>da</strong>nça, citandocomo exemplo o programa FORMAR, em 1987 e 1989, que fazia parte do projetoEDUCOM. Os professores <strong>de</strong> diversas regiões do país foram <strong>de</strong>slocados paraCampinas, único lugar na época com computadores em número suficiente para aten<strong>de</strong>r a25 professores. Assim, os professores tiveram que se afastar por dois meses <strong>de</strong> suasativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e famílias. Os cursos foram <strong>de</strong> 360 horas, o que <strong>da</strong>va uma carga horáriabastante concentra<strong>da</strong>, dificultando a assimilação e a vivência dos conteúdos. Alémdisso, ao voltar para seu ambiente <strong>de</strong> trabalho, os professores não tiveram condições <strong>de</strong>implantar qualquer transformação, tanto por falta <strong>de</strong> equipamentos quanto <strong>de</strong> interessepor parte <strong>da</strong> estrutura educacional. Apesar disso, o material educativo preparado para oprojeto FORMAR ain<strong>da</strong> é utilizado por praticamente todos os cursos nesta área.Desta forma, o autor ressalta que os cursos <strong>de</strong> formação na área <strong>de</strong><strong>Informática</strong> na Educação <strong>de</strong>vem ser “a vivência <strong>de</strong> uma experiência que contextualiza oconhecimento que o professor constrói” (Valente, 1997). Ele sugere que estes cursossejam <strong>de</strong>svinculados dos programas atuais <strong>de</strong> especialização, que são rígidos <strong>de</strong>mais
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