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HUMANIZAÇÃO: A ESSÊNCIA DA AÇÃO TÉCNICA E ÉTICA NAS PRÁTICAS DE SAÚDEdição de objetos de estudo e manipulação na construção do saber e <strong>da</strong>prática científica. E os profissionais, à condição de peças e engrenagensque fazem funcionar a máquina institucional. O tecnicismo perde de vistaesta<strong>dos</strong> vivenciais importantes para a realização do cui<strong>da</strong>do à saúde.Já no modelo psicossocial agregam-se saberes de teorias <strong>com</strong>preensivassobre o vínculo, capazes de desven<strong>da</strong>r atitudes e emoções quefacilitam ou impedem o bom diagnóstico e a aliança terapêutica20,10. Porexemplo, a Psicanálise ensina que, ao adoecer, a pessoa vive um processoque chamamos de regressão narcísica 21 , que, em graus variáveis de acordo<strong>com</strong> a história pessoal, a personali<strong>da</strong>de e a gravi<strong>da</strong>de de sua doença atorna mais frágil, mais sensível e mais dependente <strong>da</strong>quele que lhe prestacui<strong>da</strong><strong>dos</strong>. É <strong>com</strong>o se o paciente, inconscientemente, voltasse aos temposem que era cui<strong>da</strong>do por sua mãe e dela dependia para sua sobrevivência.Desconsiderar esse estado, ou tratar o paciente <strong>com</strong> displicência, superficiali<strong>da</strong>deou mesmo pressa e desatenção às suas emoções, não é só umafalha ética, mas sim um erro técnico que pode provocar <strong>da</strong>nos para o pacientee o fracasso do tratamento. Por outro lado, não se trata de entendero paciente <strong>com</strong>o infantilizado e desconsiderar sua autonomia, o que seriaalém de antiético, o descumprimento de um direito <strong>dos</strong> usuários de serviçosde saúde 22 . Ou seja, não basta bom senso e paciência, é preciso que oprofissional apren<strong>da</strong> teorias e técnicas relacionais.Entretanto, mesmo conscientes <strong>da</strong> importância do campo <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong>dena Saúde, <strong>da</strong> ênfase <strong>da</strong><strong>da</strong> ao princípio <strong>da</strong> integrali<strong>da</strong>de e dodesenvolvimento de tecnologias leves destina<strong>da</strong>s ao aprimoramento <strong>da</strong>atenção (particularmente no campo <strong>da</strong> atenção básica à saúde 20 ), para amaioria <strong>dos</strong> profissionais, o modo tecnicamente humanizado permanece<strong>com</strong>o utopia – aquele que seria o jeito certo de fazer, mas não dá ou nãoadianta.O grande nó ain<strong>da</strong> não desatado talvez tenha a ver <strong>com</strong> a necessi<strong>da</strong>dede desenvolver nos profissionais o interesse legítimo pelo paciente. Tarefana<strong>da</strong> fácil nos tempos atuais, em que, <strong>com</strong>o discutido anteriormente,prevalece o individualismo e o jeito narcísico de ser, inclusive na própriaformação acadêmica <strong>dos</strong> profissionais <strong>da</strong> Saúde.20

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