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VIOLÊNCIA E HUMANIZAÇÃOsua substituição por um poder paralelo, marginal e violento cujas regrasnão respeitam as leis do coletivo, porque nesses espaços de não-governoinstauram-se domínios que governam <strong>com</strong> regras particulares.Vivemos em uma socie<strong>da</strong>de violenta 9 : em 2006, as causas externasforam a terceira causa de morte na população brasileira, sendo que entreessas, os homicídios ocuparam o primeiro lugar. Não se tratam só <strong>dos</strong> atosde brutali<strong>da</strong>de criminosos (que já são bastante altos), o que ca<strong>da</strong> vez maischama a atenção é a prevalência de um modo subjetivo de li<strong>da</strong>r <strong>com</strong> situaçõescotidianas e resolver conflitos pelo uso <strong>da</strong> violência.Na contemporanei<strong>da</strong>de 10 , o individualismo e a desigual<strong>da</strong>de relativosao modo capitalista de organização social, a deterioração e descrençanas instituições, as rupturas na malha de apoio social e a banalização <strong>da</strong>violência pela mídia tornam o viver violento um modo de estar no mundoquase aceitável, uma vez que a essas situações agregam-se valores quealimentam tal <strong>com</strong>portamento:- A <strong>com</strong>petitivi<strong>da</strong>de extrema que coloca o outro no lugar do inimigoem potencial e não <strong>com</strong>o parceiro;- O culto ao machismo e à força bruta <strong>com</strong>o expressão de poder evirili<strong>da</strong>de;- A adoção de figuras sociais de exuberante <strong>com</strong>portamento narcísico<strong>com</strong>o modelos identificatórios;- A capaci<strong>da</strong>de de consumo <strong>com</strong>o valor maior que a capaci<strong>da</strong>deética na construção <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de pessoal;- A busca do prazer fácil e imediato;- A veloci<strong>da</strong>de e superficiali<strong>da</strong>de <strong>dos</strong> contatos interpessoais, valendomais a quanti<strong>da</strong>de e o valor instrumental <strong>da</strong>s relações, que a quali<strong>da</strong>dedo encontro;- A desqualificação de outros mo<strong>dos</strong> de pensar a existência humana(senso <strong>com</strong>um, Religião, Filosofia, Arte e Ciência) em favor do limitadodiscurso <strong>da</strong> ciência positivista;- A desvalorização <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, a coisificação <strong>da</strong>s pessoas;- A medicalização, ou a transformação do mal-estar existencial (nãomais representado em outros campos do saber) em vago e doloroso malestar,vagando pelo corpo.30

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