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VIOLÊNCIA E HUMANIZAÇÃOde parti<strong>da</strong> foram as modificações econômicas, políticas e sociais que seiniciaram a partir do século XVI.O mercantilismo e a criação de bases para o desenvolvimento docapitalismo 3,4,5 iniciante exigiu uma socie<strong>da</strong>de organiza<strong>da</strong> sob o esquemapolítico representado pela figura do Estado, cuja consoli<strong>da</strong>ção se deu,principalmente, através <strong>da</strong> modificação do conceito do lugar do homem<strong>com</strong>um na socie<strong>da</strong>de. Ca<strong>da</strong> indivíduo passou a ser importante porque o Estadoconstruiu seus alicerces na coletivi<strong>da</strong>de. Nas socie<strong>da</strong>des capitalistas,o homem <strong>com</strong>um é chamado de ci<strong>da</strong>dão e ocupa um lugar estratégico nasua constituição, dinâmica e sobrevivência, e as instituições surgem <strong>com</strong>odispositivos de ação para a organização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e manutenção <strong>da</strong>ordem. Nesse contexto, a vi<strong>da</strong> <strong>com</strong>o valor máximo do ser humano passaa ter uma importância particular, quando a esse valor supostamente naturalagregam-se outros que permitem o uso <strong>da</strong>s práticas de saúde <strong>com</strong>oestratégia de ação sobre a população para, através <strong>da</strong> promoção <strong>da</strong> saúdee <strong>da</strong> reprodução, manter-se a vi<strong>da</strong>, a saúde <strong>da</strong> força de trabalho e na contemporanei<strong>da</strong>de,o consumo.Entretanto, nessa configuração <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de em que to<strong>dos</strong> são ditosci<strong>da</strong>dãos – teoricamente <strong>com</strong> direitos iguais (inclusive de acesso abens), mas que na lógica capitalista não estão ao alcance de to<strong>dos</strong> – nãose mantém a ordem <strong>da</strong>s coisas sem que opere a violência 3,6, nos seus maisdiversos matizes.A violência 7 aparece <strong>com</strong>o problema histórico e social em to<strong>da</strong>s associe<strong>da</strong>des, e nas socie<strong>da</strong>des <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de aparece <strong>com</strong>o instrumentode organização e dominação. A violência revela estruturas de dominaçãode classes, grupos, indivíduos, etnias, faixas etárias, gêneros, nações e surge<strong>com</strong>o resultado de tensões entre os que querem manter certos lugares eprivilégios e os que se rebelam contra eles, não necessariamente por sedede justiça, mas muitas vezes apenas por fome de poder...Na nossa socie<strong>da</strong>de, a violência 8 se revela estrutural ante a desigual<strong>da</strong>desocial e a incapaci<strong>da</strong>de do Estado de suprir as necessi<strong>da</strong>des de to<strong>da</strong>população, criando um contingente de excluí<strong>dos</strong> que não tem meios paraexercer seus direitos e deveres ci<strong>da</strong>dãos. A exclusão social não é só umaquestão de pobreza, mas principalmente de ausência de poder público e29

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