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O Realce à Subjetivi<strong>da</strong>de: assim <strong>com</strong>eça a Humanização na atenção à Saúdeco 14 , ressurgem sentimentos habituais na tenra infância, liga<strong>dos</strong> a vivênciasde desamparo e dor e a necessi<strong>da</strong>de de ser cui<strong>da</strong>do por alguém dotado deespecial capaci<strong>da</strong>de de empatia e poder de proteção, tal <strong>com</strong>o foi a mãe, ousua substituta. A emergência dessas emoções por si só já pode desencadearmuita angústia ao paciente, pois, na maioria <strong>da</strong>s vezes, estamos falando deum adulto, uma pessoa independente, que estava vivendo dentro de contingênciasmais ou menos sob seu controle até ser interrompido pela doença. Oabalo que a doença causa na imagem que o sujeito tem de si e a necessi<strong>da</strong>dede cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> para restaurá-la pode aparecer na forma de exigências ansiosasdo paciente e de seus familiares para <strong>com</strong> o profissional <strong>da</strong> Saúde.Por outro lado, o desligamento <strong>da</strong>s energias psíquicas dirigi<strong>da</strong>s aomundo e a sua consequente volta para si mesmo (regressão narcísica) fazparte de um processo necessário para o acúmulo de forças para o restabelecimento.Se os conflitos que esse estado pode acarretar forem bem equaciona<strong>dos</strong>,ou seja, se o profissional <strong>com</strong>preender que se trata de alguém fragilizadovivendo um momento difícil, saber um pouco de sua vi<strong>da</strong> anterior(<strong>com</strong>o em outras situações difíceis ele se <strong>com</strong>portou, o que lhe faz bem oumal, enfim saber um pouco do modo de ser do paciente), e principalmentese conscientizar de que muito do que depositar nele (profissional) se deve aesse estado de coisas e não propriamente a algum tipo de julgamento sobre omesmo, é muito provável que ao invés de confusão e perplexi<strong>da</strong>de, pacientee profissional <strong>da</strong> Saúde unam esforços no sentido <strong>da</strong> cura.A escuta do que os pacientes contam nas bor<strong>da</strong>s do roteiro <strong>da</strong> anamnesenos revela o quanto a doença não é algo externo à suas vi<strong>da</strong>s, <strong>com</strong>oa princípio pode parecer. Ao contrário, o adoecimento está ligado ao modode ser e viver <strong>da</strong>s pessoas, sendo que a terapêutica deve considerar essaordem de valor. Esta observação é particularmente valiosa para as doençascrônicas e aquelas chama<strong>da</strong>s psicossomáticas 17 (mas cabe ressaltar quetodo ser humano é psicossomático, ain<strong>da</strong> que tenhamos dificul<strong>da</strong>des paraalcançar a dimensão mais ver<strong>da</strong>deira dessa afirmação).Para outras pessoas, a regressão, a deman<strong>da</strong> de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> e a mobilização<strong>da</strong> família pode ser algo desejado. Pode ser do interesse do pacienteenquistar-se na condição de doente 14,16 , <strong>com</strong>o uma forma de vi<strong>da</strong> protegi<strong>da</strong>e circunscrita no refúgio <strong>da</strong> doença. Nesses casos, a cura pode ser sen-47

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