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VIOLÊNCIA E HUMANIZAÇÃOnica <strong>da</strong>s doenças e não a clínica <strong>da</strong>s pessoas historicamente constituí<strong>da</strong>s;- Hegemonia do discurso médico em torno do qual orbitam discursos deoutras disciplinas, na maioria <strong>da</strong>s vezes construí<strong>dos</strong> sobre o mesmo modelo;- Uso do discurso do saber para o exercício do poder e de diversostipos de <strong>com</strong>portamento de dominação e submissão tanto entre profissionais,quanto em relação aos pacientes;- Formas de <strong>com</strong>unicação apenas descendentes e ausência de direitoou recurso <strong>da</strong>s decisões superiores.Por outro lado, temos que considerar alguns elementos mais sutisque escapam a essa constatação sobre o modo <strong>com</strong>o se encontra hoje avi<strong>da</strong> institucional na Saúde. Lembremo-nos de que, em ca<strong>da</strong> época, seconstroem saberes legitima<strong>dos</strong> socialmente, diretamente implica<strong>dos</strong> naspráticas sociais, entre as quais a Saúde.Na nossa socie<strong>da</strong>de coloca-se a ciência positivista <strong>com</strong>o hegemônica4e desautoriza-se outros campos que anteriormente <strong>da</strong>vam respostasàs inquietações humanas <strong>com</strong>o a Arte, a Religião, a Filosofia, os espaçoscoletivos de reflexão. Com isso, a socie<strong>da</strong>de ganha eficiência nas áreastecnológicas, mas perde sustentação humanística para <strong>com</strong>preender a subjetivi<strong>da</strong>dehumana.Por exemplo: diminuindo as vias de escoamento representacional,o mal- estar existencial passa a ser percebido <strong>com</strong>o sensação de doençae requer respostas na Medicina, no remédio, na intervenção no corpo 13 .Acrescente-se a maior ou menor vulnerabili<strong>da</strong>de psíquica e biológica deca<strong>da</strong> um para o surgimento <strong>da</strong> patologia mental e temos a prevalênciacrescente dessas patologias: esta<strong>dos</strong> depressivos, esta<strong>dos</strong> ansiosos e fóbicos,somatizações, adições (obesi<strong>da</strong>de, alcoolismo, abuso de drogas).Consoante a essa deman<strong>da</strong>, desde a déca<strong>da</strong> de 1970 vem se desenvolvendoum modo de fazer clínica psiquiátrica que se apoia preferencialmentena teoria <strong>dos</strong> neurotransmissores e no uso de drogas, tanto paraos casos em que os sintomas são indiscutíveis manifestações reativas asituações inerentes ao estar vivo, quanto aos casos de indicação precisa.Passamos <strong>da</strong> fase em que todo <strong>com</strong>portamento in<strong>com</strong>patível aos ideais<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de burguesa era passível de internação e a loucura3 estavaliga<strong>da</strong> à paixão, à falta de reflexão, contrapondo-se ao juízo e à virtude.33

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