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O Realce à Subjetivi<strong>da</strong>de: assim <strong>com</strong>eça a Humanização na atenção à Saúdetente, mas vale a pena lembrar que esse papel <strong>com</strong>porta o cumprimento defunções que respondem a deman<strong>da</strong>s dirigi<strong>da</strong>s a uma área técnica específica(referentes à profissão propriamente dita) e a deman<strong>da</strong>s que se dirigemao universo representacional <strong>da</strong> área <strong>da</strong> Saúde na nossa socie<strong>da</strong>de 20 : lugarde promoção <strong>da</strong> saúde, de amortecimento de conflitos sociais, de medicalização,ou de referenciamento do mal-estar social e psíquico vivencia<strong>dos</strong><strong>com</strong>o doença no corpo, produção de riqueza através <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> de serviços,equipamentos, insumos, drogas, enfim, está no papel social ser agente devárias ações de um conjunto maior sob regência <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de <strong>com</strong>o umtodo.Outra dimensão que pesa na construção do lugar do cui<strong>da</strong>dor dizrespeito ao imaginário cultural 16 , aqui definido <strong>com</strong>o conjunto de representaçõesforja<strong>da</strong>s historicamente que <strong>com</strong>põem a identi<strong>da</strong>de cultural docui<strong>da</strong>dor para o paciente e para o próprio profissional dentro de umamesma época e lugar. Por exemplo, <strong>da</strong> imagem do curador-sacerdote eseus rituais, passando ao médico hipocrático que conduz a restauraçãodo equilíbrio do homem <strong>com</strong> a natureza, até chegar ao médico modernoe os milagres tecnológicos que “vencem a morte”, sobre o profissional<strong>da</strong> Saúde recai tudo o que o paciente não sabe de si mesmo e espera queo cui<strong>da</strong>dor saiba. Espera-se que seja pie<strong>dos</strong>o e solidário, um missionárioque dedique sua vi<strong>da</strong> ao cui<strong>da</strong>do do próximo, um cientista que descubraa origem e o fim <strong>dos</strong> males, um profundo conhecedor do corpo humano e<strong>da</strong>s técnicas e tecnologias capazes de manter seu perfeito funcionamento,beleza e vitali<strong>da</strong>de.Mas é importante notar que tais imagens, ain<strong>da</strong> que carrega<strong>da</strong>s derastros históricos, se referem ao nosso tempo, a contemporanei<strong>da</strong>de. Vejamosum <strong>dos</strong> porquês. O ato de cui<strong>da</strong>r, até o século XIX, significava tratara doença <strong>com</strong> to<strong>dos</strong> os (poucos) meios possíveis e esperar que Deus processassea cura. Ao médico cabia fazer diagnóstico e prognóstico já que osrecursos terapêuticos e tecnológicos eram muito escassos. Vem <strong>da</strong>í a frasecélebre de Ambroise Paré “Eu o tratei, Deus o curou”(cit Benoit, 1989,p.98).À doença, à cura e à morte restava uma face oculta, referente à vi<strong>da</strong> secretado enfermo, cujo mistério era acessível apenas a Deus, cabendo a este oato decisivo sobre seu destino. Com a descoberta <strong>da</strong> penicilina e o advento49

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