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XI CONGRESSO CIENTÍFICO<br />
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220<br />
ANAIS <strong>2014</strong><br />
ISSN 2316-7629<br />
MÍDIA E VIOLÊNCIA: O CASO SHEHERAZADE<br />
Thiago Patrick <strong>de</strong> Oliveira Melotti<br />
Allan <strong>de</strong> Abreu Aio<br />
A cultura do medo permeia toda a história evolutiva humana. Mas, nas últimas<br />
décadas, a mídia tem potencializado o sentimento social <strong>de</strong> que caminhamos<br />
para a mais pura selvageria. Exemplo claro disso ocorreu no início <strong>de</strong> <strong>2014</strong>,<br />
quando a apresentadora do “Jornal do SBT”, Rachel Sheheraza<strong>de</strong>, apoiou o linchamento<br />
<strong>de</strong> um suposto bandido no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Se há uma cultura do medo<br />
e da violência propagada pelas mídias, da mesma maneira existe a portunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como a mídia incute na socieda<strong>de</strong> a sensação <strong>de</strong> que a violência<br />
toma conta <strong>de</strong> tudo e <strong>de</strong> todos, inexoravelmente. Portanto, analisar, a partir do<br />
comentário da apresentadora do telejornal e também <strong>de</strong> reportagens <strong>de</strong> cunho<br />
sensacionalista, como o jornalismo potencializa, por meio <strong>de</strong> práticas específicas,<br />
a cultura do medo na socieda<strong>de</strong> contemporânea, <strong>de</strong>sumanizando o indivíduo<br />
portador <strong>de</strong> direitos, bem como essas práticas minam o jornalismo <strong>de</strong> compromisso<br />
social. Análise por meio do levantamento bibliográfico sobre a cultura<br />
da violência, sobre o sensacionalismo midiático e sobre os métodos que levam a<br />
mídia a dramatizar excessivamente a sensação <strong>de</strong> insegurança. Para cada texto<br />
lido, serão feitos dois fichamentos: um com citações literais da obra e outro com<br />
o resumo do que foi lido. A i<strong>de</strong>ia inicial é dividir o trabalho em três capítulos,<br />
produzidos em etapas, sucessivamente. Também será incluída a entrevista feita<br />
por telefone com Rachel Sheheraza<strong>de</strong>. Diante do estudo realizado, concluiu-se<br />
que a opinião <strong>de</strong>ssa jornalista <strong>de</strong>u-se <strong>de</strong> maneira apressada por não sugerir uma<br />
discussão séria (ética) sobre o linchamento e por não fazer jus ao contexto do<br />
fazer jornalístico hoje, que se estabelece numa socieda<strong>de</strong> do entretenimento e<br />
espetáculo, e que evi<strong>de</strong>ncia mais o medo.<br />
Palavras-chave: Ética. Socieda<strong>de</strong>. Cultura do Medo. Sensacionalismo. Jornalismo.<br />
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