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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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Marta <strong>de</strong> OliveiraAS PERSONAGENS ESUAS SIGNIFICAÇÕES“A alegria é a coisa mais séria <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>”Alma<strong>da</strong> Negreiros“O que é um personagem senão a <strong>de</strong>terminação<strong>da</strong> acção? O que é a acção senão a ilustração dopersonagem? O que é um quadro ou um romanceque não a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> caracteres? Que outra coisaprocuramos e encontramos neles?”Henry James100As personagens, “integra<strong>da</strong>s num enunciado, servirão essencialmente<strong>de</strong> “ancoragem” referencial remetendo para o gran<strong>de</strong> texto <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ologia,dos “clichés” ou <strong>da</strong> cultura; assegurarão, pois, o que Roland Bartheschama “efeito do real” (Op. cit. Hamon:1979:96-97).Partiremos <strong>da</strong> localização do primeiro estádio <strong>da</strong>s personagens que,conforme preconizado por Philippe Hamon (1979), vão sendo construí<strong>da</strong>s,isto é, revesti<strong>da</strong>s <strong>de</strong> características que, possibilitando as mais varia<strong>da</strong>scorrespondências, acentuam a sua singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> e tecem, não umaacepção unívoca, mas uma multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> significações.De acordo com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o romance é um discurso sobre o mundo(Mitterand: 1980) (233) , a organização textual <strong>de</strong> Manuel Rui conformauma projecção sintagmática <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações paradigmáticasrepresenta<strong>da</strong>s por personagens cuja movência <strong>de</strong>termina a relação dosvários microcosmos presentes ou suscitados pelos espaços geográficos eépocais “in praesentia”.233Mitterand, Henri, Le Discours du Roman, Puf Écriture, 1980.E-book CEAUP 2007

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