19.08.2015 Views

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel RuiNo entanto, as vozes e o canto do povo angolano insurgiram-se, “ogrito negro” <strong>de</strong>sejava a “alforria”. Neste sentido, eram porta-vozes dopovo angolano os movimentos <strong>de</strong> libertação nacional, nomea<strong>da</strong>mente, aFNLA (Frente <strong>Na</strong>cional <strong>de</strong> Libertação <strong>de</strong> Angola), o MPLA (MovimentoPopular <strong>de</strong> Libertação <strong>de</strong> Angola) e a UNITA (União <strong>Na</strong>cional para a In<strong>de</strong>pendênciaTotal <strong>de</strong> Angola).A luta <strong>de</strong> libertação foi árdua, laboriosa e não consensual. Paraalém <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as consequências materiais e humanas, implica<strong>da</strong>s pelague<strong>rra</strong> colonial, a agravante <strong>da</strong>r-se-ia no próprio <strong>de</strong>sentendimentoentre os angolanos (15) .Ora, “o retirar âncora” do opressor assinalar-se-ia, para a posteri<strong>da</strong><strong>de</strong>,a 11 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1975, o “berço”/a te<strong>rra</strong> “mater” acolheriao seu “rebento” num caos <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição e abandono, envolto na ausência<strong>de</strong> condições e capitais, transbor<strong>da</strong>ndo instabili<strong>da</strong><strong>de</strong> económica epolítica, dispondo <strong>de</strong> estruturas sociais <strong>de</strong>ficientes – assim nascia umpaís: Angola.A in<strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> República Popular <strong>de</strong> Angola (RPA) foi proclama<strong>da</strong>pelo MPLA (16) que passava a dirigir o novo Estado angolano, passando<strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> libertação a partido-Estado, <strong>de</strong>tendo os po<strong>de</strong>reslegislativo, executivo e judicial (17) .No entanto, passa<strong>da</strong>s algumas déca<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a in<strong>de</strong>pendência, o paísviveu um legado <strong>de</strong> dor, gue<strong>rra</strong>, fome, carência, angústia e corrupção.Apesar <strong>de</strong> terem assinado os “Acordos <strong>de</strong> Alvor” (18) (Janeiro <strong>de</strong> 1975),a in<strong>de</strong>pendência seria proclama<strong>da</strong> em plena gue<strong>rra</strong> civil e com a presençaefectiva <strong>de</strong> dois exércitos estrangeiros: o sul-africano (com ligações à15“A luta pelo po<strong>de</strong>r travava-se também entre os diversos movimentos, que <strong>de</strong>fendiam a libertação<strong>de</strong> Angola, até internamente, no seio dos próprios movimentos, disputava-se o po<strong>de</strong>r”. Schubert, Benedict,A gue<strong>rra</strong> e as Igrejas – Angola 1961-1991, Basel P. Schelettwein Publishing Switerland, 2000, p. 73.16“As tropas do MPLA expulsam as <strong>de</strong>mais <strong>da</strong> capital do país, passando a haver ingerência estrangeirano conflito angolano, a partir <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1975: tropas zairenses inva<strong>de</strong>m Angola a partir doNorte e tropas sul-africanas a partir do Sul (...). O MPLA recorre ao auxílio <strong>da</strong>s tropas cubanas, a partir <strong>de</strong>Outubro <strong>de</strong> 1975”. Carvalho, Paulo, Angola, Quanto Tempo Falta Para Amanhã? – reflexões sobre as CrisesPolítica, Económica e Social, Oeiras, Celta Editores, 2002, p. 27.17A FNLA e a UNITA proclamaram a in<strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> República Democrática <strong>de</strong> Angola (RDA) noHuambo, contudo enquanto o governo do MPLA foi reconhecido internacionalmente, o governo FNLA/UNITA não sobreviveria mais do que um dia e não receberia consagração internacional. A UNITA, logo nodia imediato, <strong>de</strong>marcava-se <strong>da</strong> posição anterior. I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m.18Acordo <strong>de</strong> cessar fogo estabelecido entre as tropas portuguesas e os três movimentos <strong>de</strong> libertação,com vista à in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Angola.272007 E-BOOK CEAUP

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!