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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel Ruiobjecto teatral/ cinematográfico envolve um conjunto <strong>de</strong> linguagens diversifica<strong>da</strong>s:não só as palavras ditas, mas também os actores em palco,os objectos, a luz e o som.Wellek e Warren (1971) (297) questionam a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> do escritorpo<strong>de</strong>r ou não sugerir os efeitos <strong>da</strong> pintura e <strong>da</strong> música, concluindo que“os paralelos estabelecidos entre as belas-artes e a literatura resumem-sena asserção <strong>de</strong> que este quadro e este poema produzem em nós a mesmadisposição” (i<strong>de</strong>m:157).Ora, no nosso estudo, a questão que se coloca vai, <strong>de</strong> certa forma, <strong>de</strong>encontro à enuncia<strong>da</strong> por Wellek e Warren: será pertinente estabeleceruma analogia entre o corpus em análise e a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> envolvente ao teatroe ao cinema? A resposta afigura-se como afirmativa.De facto, Teresa Gonçalves (298) (s. d.) enumera alguns estudos efectuadosno âmbito do cinema, quer do ponto <strong>de</strong> vista semiológico (299) , querestrutural (300) ou ain<strong>da</strong> na<strong>rra</strong>tológico (301) . Confirmando estes a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> aproximação entre o texto na<strong>rra</strong>tivo fílmico e o na<strong>rra</strong>tivo literário.Destacando a virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> “utilização idêntica que ambos fazem <strong>da</strong>veiculação <strong>de</strong> uma história através <strong>de</strong> um discurso peculiar a ca<strong>da</strong> texto,discurso este manipulado por uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> na<strong>rra</strong>dora que combina personagens,as quais protagonizam acções, situando-se num <strong>de</strong>terminadoespaço e num <strong>da</strong>do momento na linha do tempo diegético”(i<strong>de</strong>m).Numa linha anterior, Kowzan (1975:25) (302) salientara a importânciado tempo e do espaço nas artes do espectáculo, nomea<strong>da</strong>mente noteatro (303) : “l´art [du spectacle] dont les produits son communiqués <strong>da</strong>nsl´espace et <strong>da</strong>ns le temps, ce qui veut dire que, pour être communiqués,ils exigent nécessairement l´espace et le temps ». Também Aguiar eSilva (1990) <strong>de</strong>stacaria que o cinema e a literatura são artes temporais,297Wellek, R. et Warren, A., Teoria <strong>da</strong> Literatura, Lisboa, Biblioteca Universitária, 1971.298Gonçalves, Teresa, “Estudos <strong>de</strong> Literatura e Cinema”, in http://www.fcsh.unl.pt. Acesso em Agosto<strong>de</strong> 2006.299Nomes como Christian Metz, Roger Odin, François Jost. I<strong>de</strong>m.300Estudos <strong>de</strong> Raymond Bellour, Francis Vanoye, André Gaudreault e François Jost. I<strong>de</strong>m.301Salientam-se Seymour Chatman, Jacques Aumont, Michel Marie, Alain Bergala, Marc Vernet,entre outros. I<strong>de</strong>m.302Kowzan, Ta<strong>de</strong>usz, Littérature et spectacle, Paris, Mouton, 1975.303Escarpit (1970) argumenta que o teatro “n´est pas un moyen <strong>de</strong> communication: il “est” communicationet cela à plusieurs niveaux ”. Escarpit, Robert, Le littéraire et le social – elements pour une sociologie<strong>de</strong> la littérature, Flammarion, 1970.1432007 E-BOOK CEAUP

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