19.08.2015 Views

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Marta <strong>de</strong> Oliveiratavam-na como um caso, uma espécie <strong>de</strong> heroína <strong>de</strong> que ela, momentaneamente,para além <strong>de</strong> vaidosa, pesava aí o peso <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>”.(p. 97)Como “centro <strong>da</strong>s atenções”, Dona Vaca sente-se “vaidosa”, <strong>de</strong>sfilando“pela aveni<strong>da</strong>”, <strong>de</strong>monstrando segurança e orgulho “segurava ovolante com soberba”, exibindo-se no seu aspecto físico e nos bens quepossuía “vidros abertos”, “com o carro que o amante lhe <strong>de</strong>ra”.Registe-se um breve apontamento sobre o tempo verbal predominante,neste excerto, o pretérito imperfeito que dá conta precisamentedo carácter durativo <strong>da</strong> acção na<strong>rra</strong><strong>da</strong>, como que prolongando a ostentação<strong>da</strong> própria personagem e o seu “<strong>de</strong>sfile” exibicionista.Através <strong>de</strong>sta personagem feminina, <strong>de</strong>nuncia-se um sistema <strong>de</strong> valores<strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte e corrupto. Os seus bens, atitu<strong>de</strong>s e reacções põem emevidência uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> corrompi<strong>da</strong>.Manuel Rui <strong>de</strong>stacaria como factor relevante e primordial na <strong>obra</strong> arelação que a personagem mantém com as instâncias do po<strong>de</strong>r (278) .Em suma, as personagens femininas articulam-se na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> angolana,assumindo um papel <strong>de</strong> relevância, quer como apoio e leal<strong>da</strong><strong>de</strong>ao marido, quer ain<strong>da</strong> como elementos fulcrais <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> influênciase relacionamentos que se vão estabelecendo com os diferentespontos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.132278Op. cit. Entrevista em anexo, p. 143.E-book CEAUP 2007

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!