19.08.2015 Views

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel Ruieixo diacrónico <strong>da</strong> literatura angolana, percebendo, <strong>de</strong>sta forma, a raiz<strong>da</strong> árvore <strong>da</strong> qual fluirão os inúmeros frutos, <strong>de</strong> que a <strong>obra</strong> <strong>de</strong> ManuelRui constitui elemento saudável.Proce<strong>de</strong>mos, então, a uma breve reflexão sobre alguns dos aspectosque a<strong>de</strong>stram a literatura angolana na sua generali<strong>da</strong><strong>de</strong>, e tendo comohorizonte temático a na<strong>rra</strong>tiva, intitulamos este aspecto <strong>de</strong> “Ficção na<strong>rra</strong>tivaangolana”.Por sua vez, “Visão satírica e humorística” consiste naqueles que julgamosserem os aspectos incisivos e críticos do autor à socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, através<strong>da</strong> sátira e do humor.Ao escolhermos o termo sátira, não nos estamos a referir ao géneroliterário, totalmente latino, mas àquilo que se enten<strong>de</strong> como “espíritosatírico”, e que, <strong>de</strong>sviando-nos <strong>da</strong>s controvérsias teóricas que po<strong>de</strong>rásuscitar, po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar como o lado crítico <strong>da</strong> literatura, isto é, aintenção que o escritor manifesta, em última instância, para mo<strong>de</strong>lar ealterar o mundo real e extraliterário.Ora, torna-se perfeitamente visível a crítica dos costumes sociais queas diferentes personagens retratam, quer seja indivíduo particular, querseja um tipo <strong>de</strong> governo ou estruturas e i<strong>de</strong>ais. O humor surge entãocomo forma <strong>de</strong> construção <strong>da</strong> sátira.Em “Escola do Real” não preten<strong>de</strong>mos com a nomenclatura adopta<strong>da</strong>restringir a nossa análise a uma corrente literária, mas antes ampliaros diferentes aspectos <strong>da</strong> <strong>obra</strong> do autor. O conceito escola não é, <strong>de</strong>staforma, entendido como a imitação sistemática dos processos <strong>de</strong> um mestre/teoria,mas antes como o pressuposto <strong>de</strong> um movimento geral <strong>da</strong>Arte, em que a crónica dos costumes, a sátira, o humor e a ironia se <strong>de</strong>senhamna representação crítica e analista <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma <strong>da</strong><strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,neste caso a angolana. O chamado escritor-contexto-povo e o intuito <strong>de</strong>representar o real, (5) caricaturando as personagens, dissecando comportamentos,gestos e atitu<strong>de</strong>s, inserem Manuel Rui na linha do Realismo e<strong>de</strong> escritores como Eça <strong>de</strong> Queirós.19Hilário <strong>de</strong>staca em Manuel Rui a “plastici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> linguagem e sua aclimatização do literário, ouficção literária, o real, a que a <strong>obra</strong> reporta, surge objecto <strong>de</strong> cosmética ou mascarado suficientementequalitativo para que a <strong>leitura</strong> seja fruí<strong>da</strong> e haja uma envolvente e dúbia (subjectiva) chega<strong>da</strong> ao(s)sentido(s)”. Hilário, Fernando, <strong>Uma</strong> <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> novela Quem me <strong>de</strong>ra ser on<strong>da</strong> <strong>de</strong> Manuel Rui, Porto, EdiçõesUniversi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fernando Pessoa, 2006, p. 123.2007 E-BOOK CEAUP

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!