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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel Rui“E as duas [mãe <strong>de</strong> Feijó e cunha<strong>da</strong>] ficaram aí nesse olhar profundo,quase <strong>de</strong> adivinhações sobre os mil mistérios <strong>de</strong> um cartão”.(p. 16)“Às vezes nós ain<strong>da</strong> não sabemos e os jornais <strong>de</strong> Lisboa já estão a recitar?Clarito, é um cooperante que ouviu, vai <strong>da</strong>í ao telefone ó menina qualó camara<strong>da</strong> trago-lhe um par <strong>de</strong> sapatos e tem logo linha para Lisboa sem<strong>de</strong>sligar e não admira que lhe facturem lá a seu favor”.(p. 24)“Porque é que o Malley não edita também uma em português? Para quêimportar uma revista em francês? Quem é que a lê? Importar, não. Pagarduas vezes, isto é, anúncios e <strong>de</strong>pois comprar a revista”.(p. 48)Feijó revela-se ain<strong>da</strong> um pai preocupado com a execução <strong>da</strong> disciplinapor parte <strong>de</strong> Kino (202) , seu filho, mostrando-se, <strong>da</strong> mesma forma, ummarido afectuoso a Joaninha e um filho <strong>de</strong>dicado (203) .Henrique Feijó e Joaninha comentam brevemente a vi<strong>da</strong> política internacional,nomea<strong>da</strong>mente um golpe <strong>de</strong> estado na Guiné, após a morte<strong>de</strong> Sékou Toré, mas à semelhança <strong>de</strong> Diogo que não se interessa pela vi<strong>da</strong>nas províncias, também Feijó acaba por revelar o <strong>de</strong>sinteresse do tema:“(...)Também é difícil nesses lugares uma pessoa agra<strong>da</strong>r a gerações sucessivas.É muito tempo. Mas isto são makas mesmo <strong>de</strong> África”.(p. 22)O que transparece do seu discurso é a preocupação em efectuar oseu trabalho <strong>de</strong> forma íntegra, cumprindo o <strong>de</strong>ver que a profissão exige,interrompendo as diferentes abor<strong>da</strong>gens que po<strong>de</strong>riam “obrigá-lo” a<strong>de</strong>sven<strong>da</strong>r o segredo. Afinal:81“O fun<strong>da</strong>mental é cumprir o meu <strong>de</strong>ver (...) no segredo é que está onegócio”.(p. 16)202Personagem que <strong>de</strong>sempenha, <strong>de</strong> certa forma, um papel amorfo.203A mãe acaba por simbolizar o amor preocupado, <strong>de</strong>sinteressado e protector. Repare-se que Feijóvisita-a em momentos “chave” <strong>da</strong> na<strong>rra</strong>tiva.2007 E-BOOK CEAUP

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