19.08.2015 Views

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel Ruique era gran<strong>de</strong> fotógrafa naquela altura, <strong>de</strong>pois também escreveu bastante.Fomos a uma república <strong>de</strong> pessoal <strong>da</strong>s colónias. E eu e um amigo meu,Orlando Rodrigues, escrevemos “à pressão” uma biografia manuscrita <strong>de</strong>José Luandino Vieira, para Jorge Amado levar para o Brasil. O objectivoera continuarmos a lutar, com a intenção <strong>de</strong> o tirar <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia. Por outrolado, mesmo que não conseguíssemos esse propósito, pelo menos permitiase,<strong>de</strong>sta forma, uma vez que a censura vigorava em Portugal, que a <strong>obra</strong><strong>de</strong> Luandino continuasse a ser publica<strong>da</strong>. Claro que Luandino só saiu <strong>da</strong>ca<strong>de</strong>ia um pouco antes do 25 <strong>de</strong> Abril...Que escritor(es) <strong>de</strong>stacaria como aquele(s) que mais oinfluenciaram?MR: Deixa lá ver... Eu acho que não tenho influências, por assim dizer!Mas, talvez, Jorge Amado e Luandino Vieira, naturalmente na construçãodo texto e <strong>da</strong> história...O riso, a caricatura, a ironia, o humor e até o grotesco estãoao serviço <strong>da</strong> crítica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Consi<strong>de</strong>ra-os a catarse <strong>da</strong> suana<strong>rra</strong>tiva?MR: Não. Olha, primeiro o problema <strong>da</strong> sátira. O Manuel Ferreira escreveusobre isso. Dizendo que, logo no primeiro livro, Regresso Adiado éuma escrita chaplinesca. Desta forma, quando as pessoas estão a rir, têm quechorar. Portanto não é tanto assim. Ele teve oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar issomesmo quando se pôs Quem me <strong>de</strong>ra ser on<strong>da</strong> em palco, em teatro. Há pessoasque saiam <strong>de</strong>sagra<strong>da</strong><strong>da</strong>s com aquilo. Com a personagem ser porco e tal...De facto, essa personagem provoca-nos momentos hilariantes.Será legítimo estabelecer uma analogia entre as suas atitu<strong>de</strong>s e algumasatitu<strong>de</strong>s burguesas?MR: <strong>Na</strong>turalmente que sim, mas não só. Po<strong>de</strong>mos estabelecer a analogiacom uma burguesia emergente, uma burguesia pós in<strong>de</strong>pendência.Num espaço, num tempo (Fevereiro), nas canções contra África do Sule contra o po<strong>de</strong>r, tudo isso leva ao Carnaval – o Carnaval <strong>da</strong> Vitória! Contudo,no final, o próprio Carnaval <strong>da</strong> Vitória acaba morto... As analogiassão evi<strong>de</strong>ntes.1652007 E-BOOK CEAUP

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!